Uma parte da rocha do Gronho cedeu na manhã de segunda-feira, 10 de Dezembro. A derrocada não causou vítimas, mas levou à interdição da praia. No mesmo dia, em comunicado, a Câmara de Óbidos esclareceu que já em Agosto tinha alertado a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o perigo eminente em que se encontrava a Rocha do Gronho, tendo inclusivamente apresentado imagens que mostravam o risco de queda.

A APA, em comunicado, esclarece que “o movimento ocorrido mobilizou um volume de aproximadamente 7000 metros cúbicos, com um peso de 18000 toneladas” e que os detritos se projectaram cerca de 40 metros no areal. “A frente de arriba afectada foi de cerca de 60 metros, com uma largura média de cinco metros ao longo da totalidade da sua fachada”, refere a APA, que esclarece que a 6 de Dezembro realizou uma inspecção visual com recurso a drone em que se observou “a existência de uma fenda de tração com abertura significativa (20 a 30 centímetros) ao longo da crista da face da arriba numa extensão de 60 metros”. E que no dia seguinte tomou medidas, o que é comprovado pelo comunicado da Câmara de Óbidos. “A APA finalmente, na passada sexta-feira, 7 de Dezembro, e após o agravamento da instabilidade da Rocha do Gronho, tomou as medidas necessárias para a interdição daquela zona”, informou a autarquia. A sinalização no Gronho foi então reforçada e a zona foi vedada com fita, ficando agendada uma visita da APA, Câmara e Capitania de Peniche para as 10h00 de segunda-feira, 10 de Dezembro. Um atraso de uma hora na reunião antes da visita permitiu-lhes escapar à derrocada. Quando chegaram, por volta das 11h00 viram que “a rocha tinha acabado de ceder por completo”, presumivelmente no período entre as 9h00 e as 10h00.
A zona manteve-se interditada e a APA refere que “a opção deverá ser manter os resíduos do desmoronamento no local, seguindo prática corrente neste tipo de situações, dado que protegem a base da arriba do ataque directo das ondas e acomodam eventuais pequenos blocos que possam vir ainda a cair”.
Ainda assim, a Agência realça que “será feita em breve nova análise técnica de modo a avaliar a necessidade de virem a fazer eventuais intervenções correctivas”, nomeadamente desmonte controlado.
Por sua vez, a Câmara de Óbidos refere que “logo que estejam reunidas as condições de segurança, aquela zona será reaberta ao público, não se prevendo que aconteça no curto prazo”.