É à Valorsul que pertence a responsabilidade do tratamento e valorização das cerca de 950 mil toneladas de resíduos urbanos produzidos, por ano, em 19 Municípios da Grande Lisboa e da Região Oeste. E a meta prevista pela empresa para a reciclagem em 2020, por habitante, foi já ultrapassada em 2018. Na nossa região é o Município de Óbidos que continua a liderar a tabela entre os 12 concelhos que integram a OesteCIM.
A população da região Oeste tem vindo, cada vez mais, a reciclar os resíduos. Os dados respeitantes a 2018 da Valorsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos das Regiões de Lisboa e do Oeste, S.A., mostram que os números têm vindo a subir gradualmente nos últimos anos e, no âmbito da área da influência da empresa, são os concelhos oestinos os mais sensíveis a esta causa ambiental. A Valorsul tem à sua guarda a recolha dos ecopontos nos concelhos de Alcobaça, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. A sua área de intervenção corresponde a menos de 4% da área total do país, mas valoriza mais de um quinto de todo o lixo doméstico produzido em Portugal. Esta imensa quantidade de resíduos é tratada e valorizada pela Valorsul através de um Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Urbanos que a empresa garante que é adequado ao crescimento e à composição do lixo urbano. Um desses equipamentos está a funcionar no Oeste: Centro de Tratamento dos Resíduos Sólidos do Oeste, no concelho do Cadaval, onde foi construído o Aterro Sanitário do Oeste.
O concelho de Óbidos continua a liderar a tabela da recolha selectiva, tendo atingido 82 kg/ano por habitante em 2018 e, na área de influência da Valorsul, só é ultrapassado pelo concelho de Lisboa. Nos restantes municípios oestinos os valores também têm vindo paulatinamente a subir, prova que a consciencialização ambiental tem vindo a crescer entre os munícipes e empresários. Destaca-se o facto de que a meta proposta pela Valorsul para 2020, de 49 kg/habitante de resíduos para reciclagem, ter sido já ultrapassado em 2018, estando agora em 50 kg/habitante.
Ou seja, aquilo que para o consumidor já não tem valor e por isso deitou no ecoponto, na Valorsul volta a ser um recurso, uma matéria-prima capaz de se transformar numa nova caixa de cartão, numa nova garrafa de vidro, em energia eléctrica, fertilizante para a agricultura ou em materiais para a construção de uma nova estrada, por exemplo.
A Valorsul valoriza 20% de todo o lixo doméstico produzido em Portugal, servindo 1,6 milhões de habitantes, produzindo e exportando para a rede elétrica 2% dos consumos domésticos nacionais. Relativamente à reciclagem a empresa conseguiu cumprir, em 2018, todas as metas ambientais impostas pelo Estado português no que respeita à reciclagem e desvio de resíduos dos aterros. Em 2018, a reciclagem aumentou em todos os materiais: vidro; papel e cartão; plástico e metal. No global, entraram nos Centros de Triagem da empresa mais 9 mil toneladas de material para reciclar do que no ano anterior. A separação nos ecopontos de papel e cartão foi a que registou um crescimento superior (mais 17% que no ano anterior). Seguiu-se uma evolução muito positiva na separação de plástico e metal para reciclagem (mais 14%). A reciclagem de vidro cresceu 6%.
Nos 12 municípios do Oeste, esta evolução na reciclagem foi ainda mais positiva, com crescimentos de mais 11% no vidro, mais 24% no papel/cartão e mais 26% de entrega de embalagens de plástico e metal. Este crescimento acentuado deveu-se a um forte investimento na recolha seletiva realizado pela empresa com mais 1500 ecopontos, mais 28 viaturas de recolha e campanhas de sensibilização.
Recorde-se que os Municípios do Oeste são também acionistas minoritários da Valorsul, através da Associação de Fins Específicos AMO MAIS (5,25%). O restante capital social está dividido pelos Municípios de Lisboa (20%), Loures (11,51%), Amadora (5,16%), Vila Franca de Xira (4,61%) e Odivelas (0,54%). O acionista maioritário é a Empresa Geral do Fomento, S.A. (52,93%), tutelada pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética.
PAULO RIBEIRO