Óbidos Vila Gaming recebeu cerca de 40 mil pessoas

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Evento recebeu 40 mil pessoas ao longo de cinco dias e aumentou a afluência em cerca de 60%
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Iniciativa, que vai apenas na sua terceira edição, já conseguiu associar, a nível nacional, a vila de Óbidos ao mundo do gaming. Este ano, com a política de entradas livres, a vila gaming viu aumentar o número de pessoas a visitá-la em cerca de 60%

Dar de caras com o Super Mario em pessoa ou numa estátua gigante, jogar flippers, EAFC (o antigo Fifa) ou Counter Strike, estar com os criadores de conteúdos digitais da atualidade ou dar um cumprimento ao Bumbleebee, dos Transformers, eram apenas algumas das possibilidades da terceira edição do Óbidos Vila Gaming, que decorreu entre os dias 7 e 11 de maio.

Mal chegamos a Óbidos encontramos, à Porta da Vila, uma grande estátua do Super Mario, icónica personagem do mundo dos videojogos.

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Passamos pela Rua Direita e chegamos à antiga Igreja de Santiago, transformada em livraria. Aí, à porta e no topo da escadaria, temos a possibilidade de cumprimentar o Bumblebee e, antes de entrarmos, recebemos as boas-vindas do Optimus Prime, também dos Transformers.

Depois de entrarmos temos acesso a uma experiência de realidade virtual, que nos transporta numa viagem aos jogos antigos, como Pacman ou Metalslug. Daí passamos pelo Fortnite Bus, onde vemos dezenas de pessoas a jogar este jogo e não resistimos a experimentar, mas somos o que se chama neste mundo de “noobs”. Seguimos pelos Retro Games com as consolas antigas a permitirem aos mais velhos recordar outros tempos e aos mais novos experienciar o que era jogar videojogos há 30 anos. Passamos por um Super Mario interpretado por um animador, que dá um mortal para trás e nos cumprimenta, antes de chegarmos à zona de pinball, onde nos detemos a jogar os tradicionais flippers. Estamos, com dezenas de pessoas, a desafiar o “tilt”…

Num evento de gaming temos uma grande tenda dedicada que permite aos visitantes experimentarem os videojogos mais recentes e badalados.

Descemos, vamos ao Estádio EAFC (antigo Fifa), passando pelo palco dinâmico Just Dance, que desafia a um pézinho de dança ou a um desporto interativo. No sábado, dia marcado pelo dérbi lisboeta de futebol, as camisolas dos dois clubes vestidas pelos apoiantes coloriam os locais (claro, com maior foco no estádio do EA FC, onde esse terá sido também a partida mais disputada pelos visitantes). O palco foi utilizado para transmitir o jogo, com dezenas de pessoas no anfiteatro a assistir. Passamos pelas áreas dedicadas ao NBA2k e ao Minecraft, vemos os influencers e criadores de conteúdos digitais da atualidade e seguimos em direção à experiência imersiva, que nos “transporta” para uma casa assombrada.
Antes de ir embora, tempo ainda para reforçar as eneArgias, na zona de gastronomia e doces e para ver a zona dedicada ao Arcade (que nos faz recuar aos anos 80 e 90 do século passado), antes de terminarmos na ESports Arena, onde decorre a Master League Portugal de Counter Strike e onde se disputaram torneios de Rocket League e outros.
O interior das muralhas era onde se encontrava a zona mais lúdica do evento, que tinha também uma forte componente formativa e pedagógica.

No Parque Tecnológico de Óbidos e na Praça da Criatividade decorreram as Game Dev Sessions, que trouxeram especialistas da Disney Pixar, do IAMAG e da SYBO para partilhar conhecimentos sobre temas como 2D/3D Art, Game Design e VFX, entre outros. Este é um ponto de aprendizagem técnica, mas também de networking e convívio.

O evento contou ainda com uma festa, a Game Party, na noite do dia 9, na Praça da Criatividade. O artista caldense Stereossauro convidou Ana Magalhães, Xtinto, Carlão, Capicua e DJ Ride para uma noite de celebração e, nos antigos armazéns do vinho de A-da-Gorda, disputaram-se, pela primeira vez, os campeonatos universitários, com cinco modalidades (Counter-Strike2, EA FC, League of Legends, Rocket League e Valorant).
40 mil pessoas em cinco dias

Foram 50 horas de evento, com 16 atividades, 70 cadeiras gaming, 50 consolas, 12 dispositivos de realidade virtual, 70 monitores, 40 pc’s e igual número de arcades, aos quais se juntaram 26 talks, masterclasses e workshops e a presença de mais de uma dezena de influencers.

Este ano o Óbidos Vila Gaming tinha entradas gratuitas, o que levou a um aumento da afluência, com molduras humanas bem compostas em todos os espaços. O objetivo é, segundo Ricardo Duque, da empresa municipal Óbidos Criativa, tornar o evento cada vez mais atrativos para os patrocinadores e, dessa forma, melhorá-lo também para os visitantes. Foram, segundo a organização, cerca de 40 mil visitantes, só no interior das muralhas.

O mesmo responsável destacou que este ano o Óbidos Vila Gaming está “muito direcionado para a componente formativa”, com as talks e workshops com especialistas nas Dev Sessions. Frisou ainda que pretendem “desmistificar” o mundo do gaming, que ainda é mal-visto por parte da sociedade, mas é, nos dias que correm, uma realidade incotornável e, nalguns casos, uma via profissional e revelou que este é, dos eventos realizados em Óbidos, o segundo que consegue ter uma maior percentagem de público do concelho, logo atrás da Feira Medieval.

Desafios para o futuro
Já o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, explicou à Gazeta das Caldas que o evento teve um aumento no número de visitantes a rondar os 60%, frisando que esses dados se referem apenas ao interior das muralhas. A esses somam-se cerca de 480 participantes dos Campeonatos Universitários de eSports, organizados pela Federação Académica do Desporto Universitário (eFADU) nos Armazéns do Vinho em A-da-Gorda, os cerca de 300 participantes das Game Dev Sessions – entre estudantes, profissionais e curiosos – e as cerca de mil pessoas que assistiram ao concerto de Stereossauro na Praça da Criatividade.

De olhos postos no futuro, refere que “o desafio para 2026 passa por reforçar ainda mais a internacionalização e profissionalização do evento, atrair novas parcerias estratégicas e integrar mais experiências interativas de última geração, como realidade aumentada, metaverso e IA generativa”. Também para o próximo ano “estão já em análise novos títulos em destaque, que complementarão os êxitos como Fortnite, EA Sports FC25 ou CS2”.
O Óbidos Vila Gaming resulta de um investimento de 350 mil euros financiado por fundos municipais e comunitários, parceiros institucionais e patrocínios. “O reconhecimento internacional do evento reflete-se ainda na integração de Óbidos no projeto europeu Sound of Diversity”, aponta Filipe Daniel, acrescentando que “esta rede de cidades em larga escala liga eventos comunitários de destaque em toda a Europa, com foco na diversidade, antidiscriminação e inclusão de minorias”.

O edil obidense contou ainda que será criado o Palco do Som da Diversidade, onde serão promovidas conversas, performances e oficinas com jovens, ativistas, artistas e decisores políticos.

O autarca realçou que, “durante o evento, o Observatório de Gaming e eSports apresentou dados atualizados sobre o setor em Portugal, reforçando o papel do festival como plataforma de conhecimento e tendências”. Acresce que essa análise “destaca o aumento do número de praticantes, a evolução da indústria criativa e o potencial do gaming como instrumento de educação e cidadania”, pelo que “Óbidos continua, assim, a consolidar-se como uma vila do futuro, onde a tradição e a inovação caminham de mãos dadas”, afirmou Filipe Daniel, para quem “o Óbidos Vila Gaming não é apenas um festival, é uma afirmação de identidade, inclusão e liderança criativa com olhos postos no futuro e no panorama europeu”.

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