Oeste Lusitano levou milhares de pessoas de volta ao Parque D. Carlos I durante três dias de muita animação

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O espetáculo de encerramento, no domingo ao final da tarde, foi um dos momentos que mais levou público ao picadeiro principal

Evento da Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano do Oeste teve enchentes nos três dias em que decorreu no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, bateu recordes de participação e de número de cavalos em provas e exposição e recebeu elogios de participantes e visitantes

 

Foram dois longos anos de espera para voltar a ter o Oeste Lusitano no Parque D. Carlos I, mas o regresso foi um verdadeiro sucesso. Nos três dias, a afluência ao recinto foi grande, de um modo praticamente constante e, no geral, o certame teve aprovação de todos.
Era uma tarefa hercúlea para quem não queria perder pitada deste Oeste Lusitano. Praticamente todo o Parque foi ocupado pelo evento e havia sempre alguma coisa a acontecer, quer nos picadeiros onde o cavalo lusitano era estrela, quer pelos diversos pontos onde artistas locais, escolas, clubes, associações e demais parceiros do Oeste Lusitano realizaram atividades. E houve delas para todos os gostos e idades, tanto para quem só queria assistir, como para quem queria participar.
As estrelas principais foram os cavalos, sobretudo os pequenos poldros que estavam expostos na avenida dos plátanos e que, apesar dos sinais para que não se lhes tocasse, receberam bem o carinho de miúdos e graúdos que não resistiam a uma festinha.
Nos picadeiros, também foram os cavalos as estrelas. Os espetáculos com mais afluência foram os noturnos de sexta-feira e sábado, incluindo as largadas na zona da parada. Mas o destaque foi mesmo o espetáculo de variedades de sábado à noite, onde os equídeos de Miguel Fonseca tiveram a companhia da Escola Vocacional de Dança e dos artistas João Saraiva, Natália Cerqueira, Valter nas Alturas, Luís Matos e Rita Morgana, que encantaram esquemas com luz e fogo, dança com e nos cavalos, esquemas de fitas, corda bamba.
Na pista de obstáculos, esteve também sempre muito público para assistir às provas de obstáculos, desde a iniciação aos com a fasquia mais elevada, que proporcionaram bons momentos e belas imagens.
Refira-se, por falar em imagem, que tudo foi filmado e transmitido em direto através das câmaras da Bordalo TV, da Escola Bordalo Pinheiro.
Pedro Columbano, presidente da Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano do Oeste, estava satisfeito no final do evento. Foram três dias de festival, a culminar muitas semanas de trabalho para que tudo resultasse da melhor forma possível e “este Oeste Lusitano superou as nossas expectativas”, afirma o dirigente, começando logo na aposta de começar o festival à sexta-feira. “Foi uma aposta ganha e percebemos que podemos passar a fazê-lo no futuro, porque este ano isso aconteceu naturalmente e resultou”, considera.
Num plano geral, Pedro Columbano acredita que houve “muito mais público”. “Todas as atividades e melhorias que fizemos resultaram muito bem”, realça, dando como exemplo as questões de sustentabilidade ambiental. “Os ecocopos tiveram bastante adesão e queremos que no próximo ano tenha um alcance a 100%”, sublinha. Além dos copos não poluentes, realce ainda para a nova estratégia de comunicação, que passou a digital, sem impressão de programas em papel.
Passando ao festival em si, o presidente da ACPSL nota que foram superados “todos os nossos números”. O concurso de obstáculos contou com 200 conjuntos, no concurso de modelos e andamentos, foram avaliados 36 animais que vieram de vários pontos do país e notou-se, também, um aumento na qualidade dos animais em exibição. O desfile contou com 80 conjuntos, também um novo máximo, e em exposição estiveram um total de 17 criadores de puro sangue lusitano.
Também nos espetáculos de horário nobre, no picadeiro 1, a afluência foi sempre grande, em especial no espetáculo sábado à noite, que juntou os cavalos com variedades. “Foi um desafio muito grande, uma grande logística porque temos que nos adaptar ao Parque e não o contrário”, refere Pedro Columbano. O mesmo aconteceu na dinamização noturna do Céu de Vidro e com as largadas de touros que encerraram os dois primeiros dias e que também atraíram muito público.
A questão de adaptar o evento ao Parque e não o contrário percebeu-se, também, no esforço para ter um evento o mais disperso possível, evitando aglomerados excessivos em determinadas zonas. Por tudo isso, “estamos muito felizes por isso”, diz Pedro Columbano, e também por todo o feedback que foi chegando. “Há sempre pessoas mais e menos satisfeitas, mas também gostamos de ter algumas críticas para melhorarmos nas próximas edições”, concluiu. ■

 

Certame agradou a expositores e também aos visitantes

Boa organização, ambiente no Parque, grande afluência de visitantes e realização de negócio foram, no geral, elogiados

É difícil palpitar um número de visitantes do Oeste Lusitano, mas foram, certamente, muitos milhares durante os três dias. Se há sempre um apontamento ou outro que falha, a impressão é que, na generalidade, o evento agradou a quem veio vender, promover ou apenas visitar.
Quando o speaker anunciou o encerramento do festival, cerca das 19h00 de domingo, em muitos dos espaços de restauração os stocks estavam praticamente esgotados, o que por si só é um sinal positivo.
Mas nem só para os espaços de restauração o evento tem balanço positivo. Maria Pereira veio de Alcobaça, como nas anteriores edições do Oeste Lusitano, onde esteve com o seu artesanato junto ao Museu Malhoa. “Está a correr lindamente”, disse à Gazeta das Caldas no domingo à tarde. “As pessoas tinham saudades, depois destes dois anos de pandemia”, o que trouxe até mais movimento do que se lembra das edições anteriores. “Temos tido pessoas a ver e a comprar também, tem sido muito bom”, continuou, acrescentando que ficou satisfeita por ver que o ambiente, mesmo entre artesãos, continuou muito saudável.
No espaço dedicado às coudelarias, não é o negócio que traz os expositores ao Oeste Lusitano, como explicam Cheila Saldanha e Rui Oliveira, da Herdade da Fragaria (Alcanena). Foi a primeira vez que vieram como expositores, até porque a coudelaria é recente, mas já tinham vindo como visitantes. “É uma feira mais pequena, mas é mais acolhedora e o Parque é bonito, torna o ambiente muito agradável”, comenta Cheila.
O objetivo da vinda às Caldas foi o de publicitar a coudelaria. “Não sei se em termos de negócio será bom ou não, mas participamos para mostrar o cavalo lusitano, tentamos melhorar a raça e é uma forma de mostrar o que é nosso”, diz Cheila Saldanha. A coudelaria trouxe duas poldras e uma égua, que se estreou em público. Cheila Saldanha realça a proteção que o Parque dá aos animais, mas também o comportamento dos visitantes. “São animais que não estão habituados a estar em público e a serem tocados, e apesar das pessoas não respeitarem as placas para não se mexer nos animais, têm o respeito de ter uma aproximação lenta para não os assustarem”, afirma.
Desde Peniche, Gracinda Madeira veio participar no desfile de domingo e aproveitou para ficar a tarde no Oeste Lusitano e também destacou a qualidade do certame, incluindo um fator que, por norma, gera queixas, “a limpeza das casas de banho”. A penichense disse que o evento “está agradável” e “muito bem organizado”.
Com menos razão para sorrir ficaram José e Cristina Barbas, da sapataria Best of Barbinhas. Vieram de Évora com o seu calçado artesanal dedicado ao campo. “Viemos com gosto, mas a nível de negócio foi bastante fraco, esperávamos melhor”, lamenta. No entanto, gostaram do evento. “Conseguimos ver algumas coisas, criaram um programa apelativo e, quem veio, penso que se divertiu”, concluiu Cristina Barbas. ■

O espaço Malhoa concentrou o artesanato e foi dinamizado com música e outras atividades