O Festival Oeste Lusitano teve no passado fim-de-semana a sua oitava edição e a maior novidade foi mesmo a adesão que o evento teve, superior à dos anos anteriores. Os espectáculos do certame foram mais centralizados no próprio cavalo Lusitano e os momentos altos dos três dias lotaram a capacidade à volta do picadeiro principal.

A grande diferença do programa deste ano, em relação aos anteriores, foi a duplicação do espectáculo de sábado, o Equus Lusitanus, para a noite do primeiro dia. A aposta resultou e a afluência na noite de sexta-feira foi bastante superior à do primeiro dia das edições anteriores.
O Equus Lusitanus, que alia música, luzes, danças e o charme do desporto equestre nas suas variadas vertentes foi bastante mais centrados no próprio cavalo Lusitano. “Foi um espectáculo muito mais para quem é do mundo dos cavalos, sem esquecer a parte cénica que o povo gosta”, explicou Jorge Magalhães, da Associação de Criadores de Puro-sangue Lusitano do Oeste (ACPSLO), à Gazeta das Caldas.
Ao contrário do que aconteceu no ano passado, em que algumas das actuações não incluíram os equídeos, tudo o que foi acrescentado a esse espectáculo com perto de uma hora foi no sentido de enriquecer a actuação dos cavalos e dos cavaleiros. Estes surgiram aliados à música tradicional portuguesa intimamente ligada ao mundo equestre, como o fado, o pasodoble e as danças sevilhanas. Os conjuntos mostravam as diversas habilidades do cavalo Lusitano – que é reconhecido precisamente pela sua polivalência – como a dança, o volteio, a capacidade de trabalho, o salto e o toureio.
Nos espectáculos nocturnos entraram cavaleiros e artistas consagrados no mundo do cavalo e uma das surpresas do certame foi a pequena Lara Carreira, de apenas oito anos, afilhada no mundo equestre do cavaleiro campeão mundial de equitação de trabalho, Miguel Fonseca, que também marcou presença. A jovem cavaleira surgiu em vários momentos diferentes do certame, demonstrando artes no toureio e na equitação de trabalho e a sua actuação arrancou sempre muitos aplausos dos espectadores.
Atrair os amantes do mundo equestre foi o grande desígnio da organização para esta edição. Jorge Magalhães acredita que esses objectivos foram amplamente sucedidos. “Tivemos criadores de todo o país, de Ponte de Lima, Castelo Branco, do Algarve. Deixou de ser uma feira da região. É organizada pelo Oeste mas alberga gente dos cavalos do país inteiro, o que nos enche de orgulho”, sublinha.
No domingo à tarde, tanto a demonstração de equitação de trabalho como o espectáculo de encerramento, a cargo da escola ribatejana Morgado Lusitano, voltaram a chamar muito público para junto do picadeiro principal.

MAIS DE 200 CAVALOS

No certame estiveram mais de 200 cavalos. A organização disponibilizou um total de 200 boxes, 40 delas para exposição e 160 para cavalos de competição (houve provas de equitação de trabalho, provas de ensino e saltos de obstáculos).
Todas elas estiveram ocupadas. Além dos cavalos de exposição e de competição, vários exemplares circularam pelo recinto a proporcionar passeios de charretes, sempre muito concorridos.
O próprio desfile da manhã de domingo pelas ruas das Caldas demonstrou uma evolução positiva na participação de cavaleiros, não só em quantidade, como na forma de se apresentarem. “Este ano tivemos a Rua Heróis da Grande Guerra repleta de cavalos e as pessoas apresentaram-se com muito mais brio, a esmagadora maioria trajada à antiga portuguesa, o que é para nós uma conquista”, destaca Jorge Magalhães.
Além do mundo equestre, o Oeste Lusitano tem primado por ser uma mostra das Caldas nos seus diversos sectores, e voltou a sê-lo, com forte presença de empresas, colectividades e outras instituições. Houve muita música, com base nos sons da tradição dos grupos etnográficos do concelho. E apesar de não estarem no programa, houve muitos apontamentos artísticos que deram sempre muita dinâmica a um evento que durou sempre noite dentro, com as largadas de touros a prenderem muitos entusiastas no parque até para lá da meia noite.

EVENTO NÃO VAI PARA A MATA

No final da edição do ano passado, chegou a falar-se da possibilidade de o Oeste Lusitano passar a ser realizado na Mata Rainha D. Leonor, pelo menos durante as obras de conversão dos Pavilhões do Parque no hotel de cinco estrelas que ali será instalado pelo grupo Visabeira.
“Foi um susto que tivemos”, reconhece Jorge Magalhães. No entanto, essa é uma possibilidade agora afastada. “Na última reunião que tivemos com a autarquia tivemos a notícia de que a continuidade dos eventos do Parque estão garantidos”, acrescentou.
Para viabilizar os eventos Oeste Lusitano e Feira dos Frutos enquanto decorrem as obras do futuro hotel, a Visabeira aceitou uma proposta da Câmara em que o trânsito de camiões no interior do Parque será interrompido.
O Oeste Lusitano 2019 teve um orçamento de 272 mil euros, comparticipados pela Câmara das Caldas em 109 mil euros.

No dia 5 de Maio realizou-se um encontro de cavaleiros, em Alfeizerão, com a finalidade de obter fundos para as tradicionais marchas de S. João.
O evento reuniu 34 cavaleiros oriundos de S. Martinho do Porto, Vale do Paraíso, Caldas da Rainha, Nazaré e também de Alfeizerão.
O grupo partiu do Largo 1º de Maio, percorreu algumas ruas de Alfeizerão e foi até aos limítrofes do Chão da Parada, fazendo o percurso sempre por caminhos rurais. Voltaram ao lugar da partida por volta das 13h00.
Após este passeio, toda a comitiva e apoiantes da Festa de S. João Baptista, cerca de uma centena de pessoas, confraternizaram no almoço servido no restaurante das festas. T. Antunes