Um dos maiores ex-libris da cidade – os pavilhões do Parque – vão ser envolvidos com uma rede protectora destinada a “acautelar a segurança de todos os cidadãos que circulem naquele perímetro, salvaguardando a possível queda de material pétreo das suas fachadas”, informa o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) num mail enviado à nossa redacção.
Os trabalhos de colocação da tela começaram no passado dia 8 de Junho e deverão prolongar-se durante 30 dias.
Questionada pela Gazeta das Caldas, a administração do CHON diz que esta decisão não resultou de nenhuma vistoria nem de qualquer acidente. “Trata-se tão somente de uma medida preventiva que o Conselho de Administração adoptou em prol da segurança dos seus visitantes, tendo em especial atenção a época estival que se avizinha e o previsível aumento de visitantes no Parque D. Carlos I”, disse Carlos Sá, administrador do Centro Hospitalar.
Segundo o presidente do CHON, o que se pretende é criar uma zona de segurança à volta dos edifícios, evitando o acesso às zonas interiores dos pavilhões e até a uma distância de três metros.
A rede, contudo, vem para ficar e só deverá ser retirada quando houver obras de recuperação dos pavilhões do Parque, algo que não está previsto e poderá demorar anos se se mantiverem as indefinições sobre o futuro das termas caldenses que têm sido apanágio de sucessivos governos e dos “águas mornas” locais.
Risco de ruína
Há um ano foi entregue à administração anterior um projecto do Gabinete de Planeamento do CHON para uma intervenção urgente de consolidação estrutural dos pavilhões do parque, para garantir a estabilidade do edifício durante mais 100 anos.
Com um orçamento calculado de 1,9 milhões de euros (projecto estrutural e obras de consolidação), é referido no documento apresentado que “a situação não pode esperar mais, pois o edifício apresenta gravíssimos problemas estruturais, correndo o risco de ruir em vários pontos”.
O Gabinete de Planeamento há algum tempo que tem vindo a alertar para esta situação, até porque existem pareceres técnicos “onde estão bem claras as situações que se devem alterar”.
As anomalias estruturais observadas no edifício devem-se essencialmente a deficiências das fundações e ausência de obras de conservação.
O projecto apresentado há um ano já defendia a criação de uma faixa interdita “de modo a proteger os transeuntes da eventual queda de cantaria”.