Pediatria das Caldas quer estar na linha da frente dos cuidados paliativos nas crianças

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Médicos e enfermeiros do CHO, na esmagadora maioria da especialidade de pediatria, participaram na formação |Fátima Ferreira

Os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias e, embora sejam frequentemente associados a pessoas em final de vida, são cada vez mais necessários nas crianças.

O serviço pediátrico do CHO, nas Caldas da Rainha, quer estar na linha da frente destes cuidados, que ainda estão numa fase muito inicial no país. Por isso, realizou uma formação sobre esta temática, entre os dias 12 e 14 de Janeiro, que juntou 36 médicos e enfermeiros do CHO, na esmagadora maioria da especialidade de Pediatria. A procura foi tão elevada, que a organização prevê realizar um segundo encontro sobre a temática com outros profissionais ligados à saúde.
Um dos formadores, Eduardo Quiroga, oncologista infantil e paliativista pediátrico no Hospital Infantil Virgen del Rocio, em Sevilha, salienta que a Pediatria está a transformar-se porque cada vez existem mais meninos com problemas crónicos. Estes advêm do facto de haver uma maior sobrevivência entre recém-nascidos prematuros, muitos deles com muitos problemas e que não vão chegar à idade adulta. “Os cuidados paliativos encarregam-se destes meninos com doenças crónicas”, explica.
Quem também pode beneficiar deste tipo de cuidados são as crianças com problemas oncológicos. De acordo com Eduardo Quiroga, 75% dos casos têm cura, mas os outros 25% sucumbem à enfermidade e têm necessidade de cuidados paliativos, pelo que é necessária formação e recursos para trabalhar com eles.
Nas Caldas, esses cuidados são necessários, sobretudo, para ajudar crianças com doenças crónicas e neuromusculares. Luísa Prieto, directora de serviço da Pediatria, diz que gostariam de ser pioneiros e implementar este serviço na região, permitindo assim ajudar melhor os seus utentes.
Também está preconizado na rede de referenciação hospitalar que os hospitais de proximidade devem ser a primeira linha, onde as crianças devem ir mais vezes, ainda que em articulação com os cuidados mais diferenciados.
O enfermeiro Nuno Pedro diz que o CHO tem capacidade e competências para proporcionar aos doentes cuidados humanizados e de proximidade de excelência porque têm os profissionais e as instalações. “Falta ir buscar o conhecimento”, disse, acrescentando que é por isso que estão a fazer estas formações, que contam com especialistas estrangeiros.

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