A possibilidade de existir em Alvorninha um posto farmacêutico dá ênfase ao objetivo de transferência do alvará da Farmácia para a cidade das Caldas
A questão da transferência para as Caldas, por parte da empresa Farmácia Neto, Lda, que detém um alvará em Alvorninha, voltou à sessão de Câmara, depois de o executivo municipal receber uma deliberação do Infarmed, que refere que pode existir um posto farmacêutico na freguesia.
De acordo com Paulo Neto Freire, farmacêutico e sócio da empresa, fica assim garantido o critério da acessibilidade ao medicamento, através do posto, e da proximidade da farmácia dos Vidais, que dista 2,4 quilómetros por estrada da localidade de Alvorninha.
“Não há mais nenhuma aldeia no concelho que tenha farmácias tão próximas como acontece com as de Alvorninha e Vidais”, disse o empresário ao executivo.
Por outro lado, Paulo Neto Freire destaca a posição tomada pelas juntas de freguesia de Alvorninha e Vidais, que concordam com o posto farmacêutico, assim como da União de Freguesias de Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, cujo presidente se mostrou “favorável à existência de mais uma farmácia na cidade, nomeadamente na zona sul, que necessita deste tipo de serviços”. A localização apresentada para a farmácia é nas antigas instalações da Secla, junto ao Continente, para onde estava previsto um restaurante de fast food. “Esta é também uma zona de atração de pessoas de outros concelhos e a farmácia irá valorizá-la”, sustentou.
Por outro lado, a falta de rentabilidade da empresa em Alvorninha levou os proprietários a enviar um e-mail para a Câmara e Junta de Freguesia, pedindo um subsídio de 3 mil euros mensais para a manter a funcionar. “ Não havendo esse apoio torna-se, de todo, inviável a manutenção da farmácia de portas abertas”, revelou o sócio-gerente.
Também presente na reunião, Hugo Freire, sócio e diretor técnico da farmácia de Alvorninha, partilhou que ali tem desenvolvido a sua atividade profissional ao longo de 12 anos. E, apesar das dificuldades económicas que têm sentido, tentaram “ao máximo manter um serviço digno, que só foi possível porque dois dos sócios são também eles farmacêuticos e estão lá a trabalhar diariamente”.
Hugo Freire socorreu-se dos últimos Censos para garantir que sentem no dia a dia a diminuição dos 14% de população naquela freguesia e considera que a “farmácia não é assim tão relevante para a sua fixação”. Na sua opinião, o acesso à saúde pode cada vez mais ser feito à distância, com telefarmácia e entregas ao domicílio. Defende que a melhoria do acesso ao medicamento e a serviços farmacêuticos só é possível através de um posto complementar de saúde, com a possibilidade de consultas médicas, dentárias ou de psicologia, entre outros serviços que não podem ser disponibilizados na farmácia.
O executivo ouviu as explicações e deverá tomar uma decisão sobre o assunto na reunião da próxima semana. ■
Cidadãos criam manifesto de apoio à instalação de farmácia na zona sul da cidade
Um grupo de cidadãos, composto por moradores, frequentadores e empresários com residência ou negócios na zona sul da cidade, nomeadamente em São Cristóvão, Bairro das Morenas, Avenal e Bairro Lisbonense fizeram um manifesto de apoio à vinda de uma farmácia para a zona sul da cidade. De acordo com o documento, que conta com mais de uma centena de assinaturas, existem necessidades no que à prestação de cuidados e de serviços de saúde diz respeito e que este equipamento proporcionará “uma melhoria no acesso aos serviços farmacêuticos aos residentes e frequentadores desta zona da cidade”.
Olga Sousa, porta-voz dos assinantes do Bairro Lisbonense, defendeu na sessão de Câmara da passada segunda-feira a necessidade de uma farmácia naquela zona, onde residem bastantes pessoas idosas, muitas delas com dificuldade de mobilidade. “Esta seria a oportunidade que devíamos aproveitar para a zona sul, que consideramos que está um pouco abandonada porque não tem farmácia nem laboratório clínico”, defendeu, acrescentando que estes equipamentos “estão todos localizados no centro da cidade”.
De acordo com Olga Sousa, esta é uma vontade antiga da população daquela zona. O manifesto foi entregue na União de Freguesias de Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e na Câmara, mas os autarcas na segunda-feira ainda não tinham conhecimento do documento. ■































