Numa altura em que o Hospital Termal das Caldas está encerrado há dois anos, o sector do termalismo está a recuperar os aquistas que tinha vindo a perder desde 2011.
No primeiro trimestre de 2015 houve um crescimento de 55% de utentes das termas em Portugal, face ao período homólogo. Os números foram avançados por Teresa Vieira, presidente da Associação das Termas de Portugal, em entrevista à revista Publituris, no âmbito do VII Congresso da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, que decorreu de 25 a 27 de Junho, nas termas de São Pedro do Sul.
A dirigente salientou que se trata de um sector com um total anual de 100 mil utilizadores e um volume de negócios de 17 milhões de euros em 2014 em turismo de saúde e bem-estar.
De acordo com Teresa Vieira, as termas portuguesas são também cada vez mais procuradas para a vertente de bem-estar, que representa 45% da procura, embora conte apenas 10% no volume de negócios relativamente ao termalismo clássico, que continua a ser a vertente com maior peso.
“O sector emprega directamente cinco mil pessoas, sendo um grande impulsionador das regiões”, referiu a presidente da ATP, que acrescentou que há um total de 500 mil dormidas na hotelaria termal , representando cerca de 11% das dormidas da região centro e da região norte, tendo em conta a grande concentração de balneários termais nestas duas regiões.
Na entrevista, a responsável refere ainda que os principais mercados internacionais são o espanhol, pela relação de proximidade e facilidade de acessos, e o mercado francês, “muito devido aos portugueses emigrantes que nos procuram para efectuar tratamentos termais”.
Quanto ao mercado alemão, “poderá vir a ser um dos mais importantes para o termalismo nacional”, tendo em conta que este é o maior mercado europeu emissor neste segmento, seja na perspectiva da procura de programas de prevenção e lazer, mas também do ponto de vista da procura de tratamentos terapêuticos. Até porque as caixas seguradoras alemãs comparticipam tratamentos prestados noutros países da União Europeia.
“Este ano, face aos resultados do primeiro trimestre e aos indicadores do segundo trimestre, perspectivamos um crescimento da actividade”, adiantou, embora afirme que “ainda estaremos longe dos números do sector anteriores a 2011, cuja recuperação depende também da reposição das políticas de saúde (comparticipação dos tratamentos)”.
Em relação ao congresso da SPHM, Teresa Vieira referiu que estes encontros têm permitido, nos últimos anos, a apresentação e discussão de estudos médico científicos, nacionais e internacionais, que se vão realizando nesta área “que comprovam a eficácia da terapêutica termal não só para o tratamento de doenças mas também para a sua prevenção e promoção da saúde”.
A própria ATP teve uma sessão dedicada ao Portugal 2020 e às oportunidades para o sector.
O vereador Hugo Oliveira esteve presente no congresso principalmente para “perceber o que está a ser feito noutras termas”, explicou à Gazeta das Caldas.