O emblemático edifício da ex-Casa da Cultura (hoje também conhecido por Céu de Vidro) vai passar a pertencer ao hotel de cinco estrelas que vai ser instalado nos Pavilhões do Parque pela Empreendimentos Turísticos Monte Belo, sociedade do Grupo Visabeira. Também se mantém a passagem de ligação entre esse edifício e os pavilhões, amputando assim do uso público uma das entradas do parque.
Já o estacionamento, que inicialmente se previa ser subterrâneo, ficará na zona onde funcionou o Salão Ibéria, num edifício que terá uma sala multiusos ao nível do solo, o parque de estacionamento no primeiro piso (com ligação à rua Bordalo Pinheiro) e uma piscina exterior no segundo.
A obra, com um custo previsto de 12,9 milhões de euros, ainda depende de várias aprovações, mas a Visabeira calendariza o seu inicio para Dezembro deste ano e com uma duração de 23 meses
De acordo com o projecto entregue na Câmara das Caldas a 17 de Outubro, e consultado pela Gazeta das Caldas, o Céu de Vidro irá acolher o bar, restaurante, salas de reuniões, business center, back office, sala do director, cozinha e copas.
A entrada para o hotel far-se-á, assim, por este edifício (que já foi casino e Casa da Cultura), a partir do qual será construída uma passagem que fará a ligação com os Pavilhões do Parque.
No documento, esta ligação é caracterizada como tendo um “volume minimalista” e a sua criação é justificada com a importância de garantir a “articulação de fluxos do hotel”.
O segundo “corpo” que é acrescentado aos Pavilhões do Parque fica localizado a sudeste (onde era o Salão Ibéria) e permite a articulação entre estes e o Edifício de Apoio e a Casa dos Arcos. Servirá também para uma melhor articulação com o parque e fluidez dos percursos e acessos ao estacionamento coberto do hotel.
O estacionamento é, de resto, a grande alteração que se regista em relação ao ante-projecto, que previa a existência de um parque subterrâneo com entrada pela Rua de Camões. No actual projecto não há caves e o parque de estacionamento transita para o edifício multiusos, que é criado no local onde existiu o Salão Ibéria, e que acolherá também uma sala multiusos com capacidade para 300 lugares e uma piscina exterior, que permitirá aos clientes do hotel ter uma vista panorâmica para o Parque D. Carlos I.
A entrada e saída do estacionamento far-se-á pela Rua Bordalo Pinheiro.
Hotel terá 248 camas
O hotel terá 124 unidades de alojamento (108 quartos duplos, oito suítes juniores, duas suítes master e seis quartos familiares, num total de 248 camas turísticas). Os quartos situam-se nos pisos superiores dos pavilhões, enquanto que os restantes pisos albergarão salas de reuniões e eventos e áreas técnicas, bem como uma piscina coberta, com circuito de água termal e spa.
Serão criados nos pavilhões dois pisos intermédios de forma a criar “um maior conforto e a potenciar o número de unidades de alojamento”, refere a memória descritiva do projecto.
A Casa dos Arcos e um outro edifício, de apoio aos pavilhões, serão reabilitados para acolher programas de cariz cultural, como a galeria de arte e o atelier de cerâmica. Estes dois edifícios vão funcionar em ligação à fábrica e museu Bordalo Pinheiro, com projectos de residências artísticas internacionais.
“Estes dois núcleos trazem um carácter de turismo cultural e industrial à experiência do hóspede nesta unidade hoteleira, permitindo uma abordagem directa à manufactura, à arte cerâmica, nas componentes de modelagem, pintura, design de interior e decoração com ADN bordaliano”, refere o projecto.
No documento é ainda referido que o empreendimento pretende dar “especial destaque à utilização das águas minerais e termais em tratamentos, propondo-se que esta seja uma unidade hoteleira intrinsecamente ligada às termas”.
O promotor prevê avançar com a obra em Dezembro deste ano, que terá um prazo de 23 meses. A estimativa de custo é de 12,9 milhões de euros e inclui as obras de alteração e ampliação dos pavilhões e os arranjos exteriores.
O projecto, que foi entregue na Câmara das Caldas, seguirá agora para apreciação da Direcção Geral do património Cultural. Após a aprovação desta entidade, retomará à autarquia para ser apreciado em reunião de Câmara.