Projecto EcoCasa Famílias permitiu a poupança de quase 30% no consumo de água

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notícias das CaldasAs sete famílias da região Oeste que integraram o projecto EcoCasa – Água, entre Novembro de 2009 e Junho de 2011, reduziram o seu consumo de água em cerca de 26,8% após a colocação dos redutores de caudal e a elaboração de planos de racionalização de água. Estas informações foram divulgadas no passado dia 6 de Outubro por Rita Antunes, coordenadora do Projecto da Quercus, no âmbito do seminário “Uso Eficiente da Água no Sector Residencial”, organizado pela Águas do Oeste e pela Quercus.

O projecto EcoCasa – Água envolveu um grupo de famílias dos municípios de Azambuja, Lourinhã, Rio Maior, Óbidos e Torres Vedras, cujos consumos de água e hábitos diários foram monitorizados ao longo de um ano, com vista ao seu uso eficiente no sector doméstico e, consequentemente, à sensibilização dos consumidores para a necessidade de reduzir os desperdícios.
No que respeita ao uso da casa de banho, os responsáveis aconselharam as famílias a diminuir o tempo de água corrente no duche, a optar por autoclismos de dupla descarga ou interrupção de descarga e a fechar a torneira enquanto se ensaboa as mãos ou se lava os dentes. As pessoas foram aconselhadas a utilizar as máquinas de lavar com a carga completa, a fechar a torneira enquanto lavam a louça manualmente e a comprar máquinas com maior eficiência energética.
Os dados de medições de caudal permitiram verificar que as famílias do Oeste pouparam 31% na água gasta no chuveiro, 56% na torneira da cozinha e 56% na torneira da casa de banho.
Foi também possível verificar que o consumo médio diário é superior ao do fim-de-semana.
Além do Oeste, a Quercus está a desenvolver um projecto idêntico no Algarve, Coimbra e Mafra.
Rita Antunes, da Quercus, realçou que o objectivo deste projecto é transformar a alteração de um comportamento num hábito que perdure. Uma das formas de o verificar poderá passar por, dentro de um ano, voltar a medir os gastos junto das famílias participantes.
O Complexo dos Arcos funcionou como escola piloto neste projecto tendo-se, também aqui, procurado poupar água. Susana Camacho utilizou este estudo de caso num estabelecimento escolar para a sua tese de mestrado a fim de demonstrar que o uso eficiente da água em instalações colectivas poderá ter “um importante contributo para a eficiência dessa instalação”.

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Tempos de crise obrigam a um maior racionamento

“Numa fase de crise económica e social é preciso utilizar a água de forma mais racional”, defendeu Nuno Sequeira, presidente da Quercus, a maior organização ambiental portuguesa, que assinala 26 anos no próximo dia 31 de Outubro. A opinião foi corroborada pelo vereador da Câmara de Óbidos, Ricardo Ribeiro, e também pelo administrador das Águas do Oeste, Arménio de Figueiredo, que salientou que têm de ser as entidades gestoras a dar o exemplo nesse sentido.
Arménio de Figueiredo explicou ainda que o sector doméstico é o que apresenta um menor desperdício de água.
Catarina Canha, da Câmara de Óbidos, partilhou o projecto de controlo de perdas de água na rede, implementado em 2006 neste concelho. Nessa altura foi verificado que 45% da água que era inserida na rede era considerada perdida, o que levou a autarquia a definir um programa que consistia na colocação de medidores de caudal em todos os locais de consumo.
“Ao longo destes anos tem havido uma redução dos consumos e também do volume de perdas”, explicou a responsável, dando conta que os valores actuais da água não facturada se situam nos 34%, mas que desta apenas 26% é considerada perda de água pois a restante é utilizada pela autarquia (que obviamente não factura a ela própria)
O seminário, que se realizou no Convento de S. Miguel, nas Gaeiras, contou com a presença de mais de 60 participantes, entre autarcas, técnicos dos sectores do ambiente, água e saneamento, projectistas, profissionais de saúde pública, investigadores universitários, estudantes e população em geral.

 

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