O pedido de demissão dos 23 médicos internistas do Hospital das Caldas da Rainha apresentado, esta sexta-feira, ao Centro Hospitalar do Oeste levou os partidos políticos a questionar o Governo sobre o futuro imediato daquela unidade de saúde.

O PSD foi o primeiro a pronunciar-se, questionando o executivo “sobre o caos que se vive no hospital das Caldas da Rainha”.

Os deputados social-democratas mostram-se preocupados com o a situação “absolutamente dramática, desesperante e totalmente inaceitável” que se vive no hospital, afirmando que “o Serviço de Urgência está em rutura completa”, não estando asseguradas “as condições mínimas de qualidade assistencial, nem de segurança, nem para os profissionais de saúde, nem para os doentes”.

Horas depois, os deputados do PS anunciaram ter pedido ao Conselho de Administração do CHO “uma reunião de trabalho com vista a abordar diferentes matérias relacionadas com a prestação dos cuidados de saúde na nossa região”, sublinhando a “preocupação que resulta das notícias recentemente vindas a público no que diz respeito às condições em que o corpo clínico, nomeadamente os internistas deste hospital, exercem as suas funções no Serviço de Urgência da Unidade das Caldas da Rainha”.

Os socialistas querem saber quais “as condições em que estes profissionais exercem a prática clínica e também sobre a resposta que é dada pelo Serviço de Urgência desta unidade hospitalar à população por ele servida”, mas elogiam “o investimento” que tem vindo a ser feito pelo Governo em matéria de reforço de recursos humanos no SNS “nos últimos anos” e “o enorme esforço que, quer os profissionais de saúde, quer o Conselho de Administração do CHO têm sido capazes de fazer para que o Serviço de Urgência nunca tenha deixado de funcionar e assim garantir a resposta que tem que ser dada a todas e a todos os que o procuram”.

Entretanto, também Gabriel Mithá Ribeiro veio a público lamentar “a degradação dos cuidados de saúde a prestar às populações” pelo CHO no Hospital das Caldas. “Terminadas no final de 2021 as obras de ampliação das urgências daquele hospital, que se prolongaram por intermináveis três anos, com um investimento de cerca de dois milhões de euros, certamente a causa desta falta de condições não será pelo espaço ou aspetos técnicos, mas sim por falta de profissionais, a que obviamente se adicionam questões relacionadas com a gestão daquela unidade hospitalar”, lamentou o deputado do Chega, deixando, ainda, uma farpa ao socialista António Sales: “É caso para perguntar, de que serve a esta região ter um secretário de estado da saúde, por acaso eleito deputado por Leiria e pelo partido do Governo, claro e que durante a recente campanha eleitoral sempre tentou fazer acreditar aos eleitores que por aqui e na área da saúde o mundo era cor-de-rosa, quando todos sabíamos e como agora se demonstra, que afinal é cinzento.”