Iniciativa vai dar lugar a uma exposição a realizar em novembro no CCC
Pedro Bernardo e João Belga iniciam esta sexta-feira, 10 de outubro, a recriação da histórica Volta a Portugal a Cavalo, exatamente 100 anos depois da partida de José Tanganho do Jockey Club do Campo Grande, em Lisboa, numa aventura que vai muito além da simples recriação do feito do bisavô de Pedro Bernardo.
“A nossa ideia é fazer um retrato de Portugal 100 anos depois”, explica Pedro Bernardo, acrescentando que o facto de ser fim de semana de eleições autárquicas não irá afetar o arranque da iniciativa. “Isso dará a possibilidade de ver ao vivo o país a transformar-se do que é hoje para o que será daqui a 10 dias, depois das eleições”, nota.
Pedro Bernardo afirma que este é “100% artístico”. O objetivo passa por “sentir o país, fotografar, gravar som, falar com pessoas e fazer um retrato de Portugal”, aproveitando o facto de terem “uma ideia de como era o país há 100 anos”, para agora fazerem “um retrato do país agora, portanto passado 100 anos”.
A ambição é estar “no mesmo sítio, à mesma hora, 100 anos depois, para fazer um recorde de luz”, explica Pedro Bernardo, embora esperando que “já não apanhe tanta chuva como se apanhava há 100 anos”. Esta abordagem temporal e geográfica rigorosa pretende criar uma sobreposição entre o Portugal de 1925 e o de 2025, capturando as transformações do país através da lente da arte e da memória.
Pedro Bernardo revela que uma das inspirações para o projeto veio dos livros de Astérix. “Um dos livros que foi fundamental nesta ideia é a Volta à Gália do Asterix. Ele sai da aldeia e vai percorrer toda a Gália, traz as melhores especialidades de cada sítio e no fim vai fazer uma festa”. No caso desta iniciativa, Pedro Bernardo e João Belga levam consigo a exposição do centenário da épica vitória de José Tanganho, levando também produtos das Caldas da Rainha e trazendo de volta esta experiência artística que irá dar lugar a uma exposição, em novembro, no CCC.
O bisneto de José Tanganho realça que a iniciativa tem sido bem acolhida nas 70 localidades por onde vai passar, dando mérito nessa parte do trabalho a Teresa Perdigão. “Têm recebido bem a ideia e é uma história não muito conhecida, acho que as pessoas ficam surpresas e entusiasmadas com a história e tem a particularidade de só ter acontecido uma vez”, concluiu.
































