“Querer ir mais além, encontrar um sentido para a vida, é o grande motor do envelhecimento activo”

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“Envelhecer de forma activa é saber viver com qualidade e aproveitar todas as oportunidades”. O recado foi deixado na tarde da passada sexta-feira, dia 18 de Maio, pela coordenadora do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações, Joaquina Madeira, aos cerca de 400 idosos que marcaram presença na festa das Universidades Seniores que decorreu na Benedita.
O grande auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho encheu com os alunos das instituições de Alcobaça, Benedita, Nazaré, Rio Maior e Torres Vedras, numa tarde de animação onde não faltou a música, o teatro e a dança e à qual se juntaram as crianças do Centro Social e Paroquial da Benedita e os membros do Glee Club do Externato Cooperativo da Benedita.
Em dia de festa, Joaquina Madeira quis deixar claro que o envelhecimento activo, de que tanto se fala nos dias que correm, “é envelhecer como cidadão que tem um papel importante na sociedade”. Num país onde os idosos representam uma percentagem cada vez maior da população, há que ter em conta que “uma pessoa com mais de 65 anos não é uma pessoa inútil”, defendeu.
Por isso, a coordenadora do ano europeu exortou os mais velhos a tornarem-se actores participantes na comunidade em que vivem e a aceitarem, de forma positiva, as mudanças que o avançar da vida lhes traz. “Querer ir mais além, encontrar um sentido para a vida, é o grande motor do envelhecimento activo”, garantiu.
Joaquina Madeira falava no início de uma tarde de festa onde reinou a boa disposição e onde ficou provado que “velhos são os trapos”. Para o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, a importância das Universidades Seniores está bem espelhada na felicidade que transparece nos utentes destas instituições. E por isso, defendeu que este deveria ser “o Ano Europeu do Rejuvenescimento Activo, em que as pessoas estão a reencontrar-se com elas próprias”.

A importância do trabalho desenvolvido pelas Universidades Seniores foi salientada por todos os que participaram na abertura da festa
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O edil salientou ainda a importância de promover a partilha intergeracional, também defendida pelo director do Externato Cooperativo da Benedita, que acolheu a iniciativa. Para Alfredo Lopes, “quando trabalhamos ou vivemos com gente mais nova, não envelhecemos. Vamos, isso sim, evoluindo, ao mesmo tempo que lhes deixamos a nossa experiência”.
Quem também marcou presença na festa realizada na Benedita foi Dulce Mota, da Associação Rede de Universidades da Terceira Idade. Manifestamente satisfeita com o encontro de várias Universidades Seniores da região, a responsável disse que “é muito bom que para além das iniciativas a nível nacional, as universidades se encontrem a nível regional”. E os responsáveis das instituições da região sabem-no bem.
Natália Serrazina, presidente da Universidade Sénior da Benedita, anfitriã da festa, manifestou o desejo de “que esta seja a primeira de muitas realizações conjuntas e que juntos saibamos tirar partido desta nova fase das nossas vidas”. Afinal, “o que importa não é dar mais anos à vida, mas sim dar mais vida aos anos”.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

Instituição nazarena integrou projecto europeu
Utentes de Universidades Seniores da Bélgica, Lituânia, Polónia e Letónia estiveram na Nazaré no passado dia 11 de Maio, no âmbito do projecto europeu “Cultural Bridges”. Foram 48 os seniores que participaram num workshop de dança organizado pela Universidade Sénior da Nazaré, realizado no cineteatro da vila.
O projecto “Cultural Bridges” pretende “criar uma rede de contactos que possam vir a contribuir para a melhoria da convivência entre povos europeus”. Ao mesmo tempo os participantes vão trabalhar para “tornar os seniores membros activos da sociedade Europeia e proporcionar a troca de experiências”, conforme explicou Ewa Tyburcle, coordenadora do projecto.
“Cultural Bridges” tem dois anos de duração e pretende promover nos mais velhos competências comunicativas (através da aprendizagem de outra língua estrangeira pelo contacto com outros seniores), competências de literacia informática (através de um fórum criado para o efeito), competências de apresentação, organizacionais e criativas. A participação da instituição nazarena no projecto, traduzida no workshop de dia 11, foi orientada pela Classe de Danças Tradicionais.
No balanço desta acção, Dulce Mota, da Associação Rede de Universidades da Terceira Idade, garante que os seniores que visitaram a Nazaré “foram encantados com o que se faz nas Universidades Seniores em Portugal. Nalguma coisa somos bons, e mostrámos isso mesmo”, garante.

J.F.

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