Cerca de uma centena de crianças das escolas de Óbidos teve oportunidade de comprovar, no passado dia 27 de Junho, as habilidades dos robots criados no projecto deCode – Academia de Programação e Robótica, a funcionar no Parque Tecnológico.
Pintar, dançar, correr, ou combater em batalhas, foram algumas das demonstrações feitas pelos robots, numa actividade que marcou o encerramento da terceira edição da academia, com cerca de 40 participantes, e que prepara também o arranque da próxima, prevista para o início de 2019.
O Joshua e o Borrego são dois robots lutadores de sumo que, na tarde de quarta-feira, se degladiaram num círculo colocado no átrio dos edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos (PTO). Junto às duas pequenas máquinas estavam os seus autores, jovens que participaram nesta edição da Academia deCode, que decorreu entre Fevereiro e Junho.
Bernardo Martins, de 16 anos, é um desses jovens. Participa na academia há já três anos e pondera seguir a área da programação. Nesta edição focaram-se mais na área da robótica, tendo os jovens, com a ajuda do formador Henrique Fidalgo, montado e programado vários robots, entre eles os “lutadores” de sumo.
“Tivemos alguns percalços pois são muitos fios e coisas para ligar, mas não foi complicado”, conta Bernardo Martins, actualmente a frequentar o 11º ano e que um dia pretende criar jogos de computador.
Durante a tarde foram apresentados robots que pintam, que correm e que dançam ao som da música da Beyoncé.
Participaram nesta edição, que decorreu entre Fevereiro e Junho, cerca de 40 estudantes entre os seis e os 18 anos que frequentam as escolas de Óbidos, mas também a Raúl Proença e a Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha.
O PTO já possui cerca de 20 robots, alguns com uma programação mais simples e outros mais elaborados (como os que agora foram apresentados publicamente) e que se traduz num investimento de 3000 euros. Todos eles foram montados pelos participantes na academia, com a orientação de Henrique Fidalgo, e com recurso a algumas peças produzidas nas máquinas existentes na oficina do parque.
De acordo com o director do PTO, Miguel Silvestre, neste projeto estão a aprender as melhores práticas que existem no país na área da programação e participam em redes europeias, que incluem parcerias com escolas da Polónia e Hungria, onde ensinam robótica. “A ideia é contagiarmos o sistema de ensino mais tradicional com estas novas tecnologias”, explicou, acrescentando que também permite uma maior capacitação para os jovens que optem por uma via profissionalizante.
O responsável explicou ainda que esta formação em modo de prática é rara no país, distanciando-se das simples escolas de código e programação. “Pretendemos que os participantes olhem para os robots não como peças de lego, mas que percebam como funcionam os circuitos e como as coisas acontecem”, especificou.
O interesse do PTO com esta iniciativa é conseguir atrair mais pessoas para trabalhar com as competências que as empresas de base tecnológica ali instaladas precisam.