
Atualmente estão a decorrer intervenções nas duas margens da lagoa e na próxima semana será reaberta a ligação ao mar
Começou no início desta semana a intervenção na margem sul da Lagoa de Óbidos, que tem por objetivo tapar os sacos de areia que a agitação marítima colocou a descoberto.
Numa primeira fase estão a ser removidas as pedras que fixavam o canhão de projeção dos dragados para o mar, junto à rocha do Gronho, e que serão levadas para zona onde estão colocados os sacos de areia de modo a dar sustentação no talude junto às habitações ali existentes. Estas serão depois cobertas com a areia que será retirada da zona do canal de ligação ao mar, que será reaberto a 22 de março.
A intervenção para a ligação da lagoa ao mar será feita mais a Norte do que o local onde estava atualmente, identificado pelos técnicos da APA e do LNEC como o de maior profundidade.
“Há uma coroa de areia grande para remover e a areia será colocada na zona dos sacos e para tapar as pedras”, explicou à Gazeta das Caldas o vereador da Câmara de Óbidos, José Pereira.
Esta será a terceira reabertura do canal de ligação da lagoa ao mar a ser feita nos últimos seis anos. As Câmaras das Caldas e de Óbidos irão assegurar a operacionalização da intervenção (tendo já contratado duas giratórias e quatro dumpers), com o apoio técnico do LNEC.
O custo associado a esta obra vai depender da avaliação técnica preliminar e do número de horas que serão necessárias, explica a APA.
Do lado da Foz, a autarquia está também a intervir com o objetivo de tapar o emissário submarino.
Na passada segunda-feira, a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, visitou, juntamente com responsáveis da APA, a zona superior da Lagoa, onde foram efetuadas as dragagens.
A decorrer desde o verão do ano passado, aquela intervenção permitirá a retirada de 875 mil metros cúbicos de sedimentos, aumentando o volume de água na mesma ordem de grandeza. Aquela operação permite, ainda, uma maior troca hidrodinâmica na lagoa, ou seja uma renovação de água superior, melhorando assim também a sua qualidade e contribuindo para contrariar a tendência natural de assoreamento destes ecossistemas.
As Câmaras das Caldas e de Óbidos já pediram uma dragagem na zona inferior da Lagoa para retirar a coroa de areia ali existente (e onde as máquinas não conseguem chegar), mas o entendimento da APA é de que terá de ser feito um concurso público para o efeito.
No local, a secretária de Estado e o vice-presidente da Associação Portuguesa de Ambiente “afirmaram que já têm verbas de cerca de 2 milhões de euros cativos para essa intervenção”, informou José Pereira.