Sala Snoezelen do Montepio celebra um ano com mais de 170 sessões

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Terapeuta Cátia Pereira desafiou o Montepio Rainha D. Leonor para criar esta resposta na sua cidade
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A funcionar há um ano, a sala quer dar-se a conhecer à comunidade, convidando a uma sessão

Há um ano, no 164º aniversário do Montepio Rainha D. Leonor, foi inaugurada a Sala Snoezelen, num investimento de 22 mil euros que permitiu criar, uma nova resposta, numa zona que funcionava como arquivo morto, com 120 metros quadrados, e da qual foram retiradas dez toneladas de papel. Localizada no edifício do Lar de Idosos Dr. Ernesto Moreira, a sala é coordenada pela terapeuta Cátia Pereira e, num ano de atividade, já ali foram dinamizadas mais de 170 sessões.

Funciona dois dias por semana, às segundas e sextas-feiras, entre as 9h00 e as 17h00.
As sessões, que inicialmente tinham uma previsão temporal estimada entre 45 e 50 minutos, têm demorado quase o dobro (a rondar os 90 minutos). Tal deve-se, explica, à necessidade de esclarecimento, com uma conversa inicial, quer com utentes, quer com familiares de acompanhamento.

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Durante este ano tem procurado dinamizar e divulgar o trabalho, tendo ainda concorrido a três prémios, aguardando decisão de um deles (Fundação La Caixa) e tendo sido destacado como uma das 15 iniciativas que se distingue pela humanização dos cuidados de Saúde no Teva – Humanizar a Saúde 2024.

Depois da implementação do projeto na instituição, beneficiando mais os utentes do lar e condomínio neste primeiro ano, o objetivo agora “é abrir à comunidade”, como sempre desejaram.

Esse é um dos grandes focos, estando preparado para este segundo ano “um roadshow, com sessões de esclarecimento com entidades parceiras, como IPSS, escolas e o hospital”.
Temos várias parcerias em desenvolvimento, referiu, revelando que entre estas estão maternidades, “porque foi um dos setores de crescimento, o parto humanizado, que juntámos à nossa atuação, enquanto estimulação multisensorial”.

“Fomos convidados a trabalhar com uma maternidade em Lisboa, para fazer a formação das equipas de obstetras e enfermeiros parteiros, porque nessa unidade existiam duas salas Snoezelen que não estavam a ser utilizadas”. O papel aqui foi mais de consultadoria, permitindo adaptar as salas para as parturiantes. “Levámos o nosso material, temos uma componente que é material móvel, e criámos um cenário na maternidade que beneficiasse o casal”, conta. O objetivo “é proporcionar um parto mais humanizado”.

Cátia Pereira admite que gostaria de ter a sala a funcionar cinco dias por semana, mais do que duplicando a capacidade de resposta atual.

Sessões como complemento
A coordenadora é caldense e formou-se na área da Educação para o 1º ciclo, tendo feito mestrado e pós-graduação em Educação Especial – domínio cognitivo e motor. Há cerca de quatro anos certificou-se nesta área e, posteriormente, identificou uma lacuna nas Caldas, porque não havia nenhuma sala aberta à comunidade.

Atualmente, Cátia Pereira está a fazer um mestrado de investigação em Lisboa, no CRIAP, que permitirá recolher dados sobre os benefícios destas terapias. “Interrompi uma pós-graduação porque não queria perder esta oportunidade”, contou.

Apesar de não ser um ato clínico, defende que é um complemento e sugere que “a população venha experimentar”, notando os benefícios nos quadros de ansiedade, demência, Alzheimer, Parkinson, défice de atenção e hiperatividade, entre outros. A sala Snoezelen funciona para bebés, crianças com necessidades educativas especiais, idosos e famílias.

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