A tempestade Ana, que se fez sentir com alguma intensidade entre domingo e segunda-feira, causou estragos um pouco por toda a região. Foram registadas 134 ocorrências na zona sul do distrito. A queda de árvores, que provocou cortes de estradas e interrupção do fornecimento de electricidade e telecomunicações, representou a maioria das ocorrências. Não houve vítimas a registar, mas na Nazaré um casal teve que ser realojado devido aos danos causados no telhado de uma habitação.

Foi na Nazaré que a tempestade causou os danos mais significativos. O telhado de uma habitação foi arrancado na noite de domingo, o que obrigou a realojar o casal que ali morava, segundo informou a Proteção Civil daquele concelho. As obras começaram logo no dia seguinte e foram realizadas pelos particulares. A força do vento danificou ainda um outro telhado na Nazaré, de uma antiga escola primária.
O tipo de dano mais frequente causado pelos fortes ventos, que se estima terem atingido velocidades próximas dos 100 km/h, foi a queda de árvores e estas aconteceram em todos os concelhos. Algumas delas provocaram cortes da circulação automóvel e as mais significativas aconteceram em Alfeizerão, onde a queda de dois eucaliptos de grande dimensão provocaram o corte de circulação na EN8. O mesmo aconteceu em várias vias no concelho de Peniche. No Bombarral uma árvore caiu na A8, mas não foi necessário interromper ou limitar a circulação.
Além dos cortes de estradas, a queda de árvores e de postes provocou danos na rede eléctrica e de serviços de telecomunicação um pouco por toda a região.
Algumas estruturas de painéis publicitários também não resistiram à força do vento nos concelhos de Óbidos, Nazaré e Peniche. Na Nazaré também foram danificados postes de iluminação e sinais de trânsito.
Nas Caldas, além das quedas de árvores e de estruturas, a chuva abundante provocou uma inundação, mas não foi necessária a intervenção dos bombeiros pois quando chegaram ao local a água já tinha escoado de forma natural.
Nas zonas costeiras não se verificaram problemas de maior. Em Peniche, a Câmara tomou medidas de prevenção para evitar esses problemas nas zonas de habitação costeiras, incluindo a criação de uma duna artificial na praia da Gamboa para impedir que o mar subisse a marginal.
Segundo os dados recolhidos pela Gazeta das Caldas, no total foram registadas 134 ocorrências nos concelhos de Caldas da Rainha (30), Óbidos (12), Peniche (46), Nazaré (cerca de 35), Bombarral (4), e nas freguesias de São Martinho e Alfeizerão (3) e Benedita (7), no concelho de Alcobaça. Segundo o CODIS, registaram-se cerca de 200 ocorrências em todo o distrito, sem vítimas a lamentar.
Nas Caldas da Rainha, segundo o site meteocaldas.com a rajada de vento mais forte que se sentiu durante a tempestade registou 77km/h e a precipitação que caiu nos dois dias totalizou 26,5 mm, cerca de 30% do normal para todo o mês.
ANIMAÇÃO DE NATAL AFECTADA
A tempestade Ana também teve impacto com as estruturas de animação natalícia. Uma das situações deste tipo que causou maior constrangimento aconteceu em São Martinho, com a queda da árvore de Natal flutuante na noite de domingo. O objecto tinha sido inaugurado com pompa e circunstância na sexta-feira anterior, mas não resistiu aos efeitos do vento e da ondulação.
Em Óbidos, o vento derrubou uma das árvores de Natal que se encontra exposta na Rua da Porta da Vila. Por precaução, a GNR deitou no chão as restantes para que estas não voassem. O vento e a chuva forte causaram também alguns danos no recinto da Vila Natal, o que levou ao encerramento do evento na segunda-feira para que se realizassem os trabalhos de recuperação.
Nas Caldas da Rainha, também as árvores de Natal expostas na Avenida 1º de Maio tombaram com a força do vento, mas sem danos de maior. O presépio da Foz do Arelho também sofreu danos, mas no dia seguinte a situação foi igualmente reposta.
Em Peniche, a Câmara decidiu retirar os adereços natalícios no domingo, antes da passagem da tempestade, evitando dessa forma que ocorressem danos.