
No dia 6 de Julho, uma fuga numa caldeira de uma empresa de plásticos e derivados levou 3000 litros de gasóleo para o mar, em Peniche. No dia seguinte, e apesar de ter sido recolhida parte da matéria poluente na Praia do Abalo, o cheiro a gasóleo ainda era intenso e via-se uma grande mancha no mar. A falésia vai ficar por limpar, devido à perigosidade da zona.
Na quinta-feira, 6 de Julho, pelas 15h30, uma fuga no tubo de alimentação do gasóleo de uma caldeira da empresa Plastimar (Peniche) provocou uma descarga de 3000 litros de combustível para o mar. O tubo que se rompeu passava sobre uma caleira de águas pluviais e industriais, acabando o gasóleo por ir parar ao mar.
Luís Carvalho, director da empresa, disse à Gazeta das Caldas que o acidente terá acontecido “a meio da manhã porque às oito horas estava tudo bem”. Mal a empresa foi alertada pela Polícia Marítima, por volta das 14h00, “automaticamente foi tudo tamponado e estancado”. O derrame foi parado cerca de duas horas depois.
Este incidente não afectou a produção da empresa porque se tratava de uma caldeira para usar como reserva, já que a caldeira de uso corrente funciona a gás.
A Plastimar é uma empresa que trabalha com poliestireno e polipropileno. O primeiro é utilizado para placas de isolamento, caixas de peixe, embalagens de electrodomésticos, produtos electrónicos, entre outros e a segunda é usada, por exemplo, no fabrico de para-choques, capacetes de ciclistas, caixas de ferramentas, ou cadeiras de bebé.
No dia seguinte ainda se procedia aos trabalhos de limpeza, tendo sido retirados da praia do Abalo dezenas de sacos com crude. Esta praia é uma pequena zona arenosa que fica a descoberto com a maré baixa e que é essencialmente utilizada por pescadores.
O facto de esta ser uma zona de falésia, impediu que as rochas fossem limpas, bem como a nafta que se encontrava no mar (uma vez que os barcos não se conseguiam aproximar).
Dos 4000 litros que escaparam da caldeira, cerca de mil não chegaram ao mar e terão ficado na conduta e nas caixas de retenção. A Plastimar contratou uma empresa para proceder à limpeza da mesma.
O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
Serrano Augusto, capitão do Porto de Peniche, esclareceu que a Polícia Marítima procedeu à investigação da origem do derrame com quatro agentes e participou na limpeza com mais quatro homens.
Foram retirados 2400 quilos de areia com produto poluente.
Os Bombeiros Voluntários de Peniche recolheram amostras e os sacos de crude, que só foram retirados da praia com recurso a uma grua, dado o facto de esta ser uma zona de falésia.