Montes de entulho acumulam-se num local que ironicamente se chama Bela Vista, no cruzamento da estrada de Santa Catarina para as Relvas. Mas a vista no local é muito feia, como o é a de qualquer lixeira em espaço público.
O assunto tem sido ignorado pela Câmara e Junta de Freguesia e não há estratégia para resolver o problema que, aparentemente, só incomoda alguns residentes.
Custa a crer que num sítio tão exposto, num cruzamento onde passam tantos carros e num dos principais acessos à vila de Santa Catarina, ninguém tenha reparado em camionetas a despejar entulho em pleno Casal da Bela Vista.
Mas Rui Rocha, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, garante que não sabe quem é o autor dos despejos, embora desconfie que haja muita gente a usar aquele local como vazadouro.
Na Bela Vista a vista é bela. Ao fundo vê-se o vale onde pontifica o casario de Santa Catarina. Agora, na Primavera, a paisagem verdejante é viçosa e permite regalar a vista.
Mas só se não olharmos para o que está directamente à nossa frente porque ali acumula-se lixo há várias décadas, sobretudo entulho de obras, que gente sem escrúpulos (ou simplesmente ignorante ou pouco civilizada) ali tem despejado.
O autarca Rui Rocha diz que o terreno é privado, mas não conhece os proprietários. Em declarações à Gazeta das Caldas reconhece que não tem nenhuma estratégia para resolver o problema e que “não tem mão” no assunto pois desconfia que há muita gente da freguesia a usar o local como vazadouro.
Ele próprio conta que aquele sítio já foi – em mandatos anteriores – um estaleiro da própria Junta de Freguesia. Sem qualquer protocolo ou cobertura legal.
“Há três anos entendi que tínhamos de pôr um ponto final naquilo”, disse à Gazeta das Caldas. Até pensou em propor uma alteração ao PDM para legalizar o local como estaleiro, mas tal não se revelou exequível. Agora confessa que ele próprio não sabe o que se há-de fazer para evitar aquela situação.
Questionado pelo facto de nem sequer a Junta ali ter colocado uma placa a proibir os despejos, respondeu que “também não está lá nenhuma placa a dizer que é permitido”.
Por sua vez, a Câmara das Caldas respondeu à Gazeta, por escrito, que “não tinha conhecimento oficial desta situação”, mas que procurou informações e soube que “a proprietária se encontra ausente e que também não tinha conhecimento desta situação nem teria autorizado a colocação de entulho”.
Agora, diz a mesma fonte oficial do município, “a Câmara está a tentar saber qual a proveniência do entulho e o seu responsável no sentido de proceder nos termos legais à remoção do referido entulho”