Utentes do Hospital de Alcobaça apresentam alternativa às intenções da tutela

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“Reestruturação de valências, investimento em inovação e qualidade dos cuidados hospitalares”. É isto que reclama a Comissão de Utentes de Saúde dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré para o Hospital Bernardino Lopes Oliveira (Alcobaça), na proposta elaborada em resposta à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que está a estudar a reorganização dos hospitais da região.
No documento, o grupo defende que “a ARSLVT não possui argumentos justificativos para o encerramento do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, nem soluções viáveis para essa eventualidade”. Apontam ainda que “todas as fragilidades actualmente presentes são fruto de recentes e inadequadas reestruturações”.
De olhos postos no futuro da unidade centenária, que serve as populações de Alcobaça e Nazaré, a comissão propõe que seja implementada no hospital a Metodologia de Cuidados Humanitude, que “iria aferir ao hospital um carácter de excelência na prestação de cuidados e contribuir para a satisfação e bem-estar de utentes e profissionais”, a criação de uma Unidade de Reabilitação Motora e Psiquiátrica, bem como de uma unidade especializada em cuidados a pessoas com demência.A criação de parceria com os cuidados de saúde primários, que permita aos utentes realizar na unidade exames radiológicos e à tutela rentabilizar recursos existentes, e o reencaminhamento das urgências mais graves para o Hospital de Santo André (Leiria), são outras propostas da comissão. Por fim, é defendida a manutenção do serviço de urgência básico, do internamento em Medicina, da unidade de cirurgia de ambulatório inaugurada no passado mês de Outubro e as consultas de especialidade.
Uma proposta que a comissão entende que “irá contribuir para um aumento da eficiência na utilização de recursos, aumento dos ganhos em saúde da população abrangente, melhoria na acessibilidade e equidade dos serviços de saúde, aumento da satisfação dos utentes e uma importante redução de custos”.
No documento, os representantes dos utentes salientam os fundamentos demográficos, geográficos e económicos que justificam a manutenção do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira e evidenciam “a necessidade de manter uma unidade de prestação de cuidados hospitalares que sirva os concelhos de Alcobaça e Nazaré”. Apontam ainda diversas “incongruências” na proposta da ARSLVT, que dizem predispor “uma tomada de decisão em inconsciência e ignorância”.
O documento foi entregue à vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Caeiro, na passada semana, quando a comissão entregou naquele órgão a petição em defesa dos cuidados de saúde nos concelhos de Alcobaça e Nazaré, que reuniu mais de nove mil assinaturas.
Já na passada terça-feira, o grupo reuniu com o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santo André, Hélder Roque, de quem obtiveram confirmação da disponibilidade daquela unidade para acolher as urgências oriundas de Alcobaça. Uma confirmação que o administrador tinha já deixado em Alcobaça na passada semana, num almoço com o presidente da autarquia, Paulo Inácio.
Isabel Granada, da comissão, garante à Gazeta das Caldas que o trabalho do grupo “tem valido a pena”. Os representantes dos utentes aguardam agora uma nova ida à Assembleia da República, bem como uma audiência com o secretário de Estado da Saúde, cujo pedido ainda não obteve resposta.

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Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

Comissão caldense reúne com autarcas da região

Nas Caldas da Rainha, a Comissão de Utentes do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) tem-se desdobrado em reuniões com autarcas dos vários concelhos abrangidos. Bombarral, Óbidos e Nazaré responderam “prontamente” ao pedido de reunião feito pelo grupo, ao passo que Alcobaça, Peniche e Caldas ainda não tinham marcado qualquer data para a reunião à hora de fecho deste jornal. Já o conselho de Administração do CHON e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) “não deram qualquer resposta”, explicou António Curado ao nosso jornal.
O porta-voz da comissão garante que os encontros já concretizados “correram francamente bem”, tendo obtido “grande abertura e apoio” quer na defesa das valências do CHON, quer “em relação à necessidade de um novo hospital que sirva toda a região”.
Na passada quarta-feira o grupo voltou à Assembleia da República, onde a 7 de Março tinha entregue a petição pela manutenção de valências com mais de 14 mil assinaturas. Para já, e porque não há nada de novo no processo de reorganização dos cuidados hospitalares da região, ainda não estão planeadas outras iniciativas. “Esta é uma fase de expectativa, não há mais dados, apenas boatos”, diz o médico. Mas isto não esvazia o fundamento da existência de uma comissão.
“Mesmo que haja uma alteração de um momento para o outro, continua a fazer sentido a existência da comissão. Há coisas que não podemos deixar de defender”, diz.

J.F.

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