Zona histórica das Caldas já tem Centro de Estórias

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peças contemporâneasSão perto de uma centena as estórias que se podem escutar através das oito peças – colocadas junto ao Termal e no Bairro João de Deus – que constituem o Caldas Centro de Estórias, inaugurado no passado dia 4 de Março. Esta é uma nova rota turística que se complementa à Rota Bordaliana e que dá a conhecer aos turistas estórias verdadeiras, contadas por caldenses, sobre acontecimentos verídicos que se passaram nos locais onde as peças estão colocadas.

Quem passa pelas ruas da zona histórica das Caldas da Rainha, perto do Hospital Termal e no Bairro João de Deus, pode surpreender-se ao ser abordado pelas peças que compõem o Caldas Centro de Estórias (CCE). Um sensor de aproximação detecta a presença e dispara uma interjeição ou uma frase curta para chamar a atenção de quem passa.
Umas são de grandes dimensões e são accionadas pelo toque. Outras são mais pequenas e convidam a pessoa a sentar-se para ouvir as estórias, contadas por caldenses como Alberto Saramago, Hermínio de Oliveira, José Augusto, ou Joaquim Nazareth. Versam, entre outras coisas, sobre a fundação da cidade, do património, estabelecimentos comerciais ou simples memórias.
Primeiro ouve-se uma estória de um minuto, mas ao manter a interacção com a peça ouve-se uma segunda história de minuto e meio e existem ainda outras de três minutos.
As peças são oito: um caranguejo, uma cobra, uma lagosta, um caracol, uma vespa, um rato, uma rã e uma andorinha. Representam a tradição da cerâmica caldense, mas com um ar de modernidade. São peças metálicas, lacadas e especialmente resistentes.
“Contam estórias que todos nós caldenses estamos habituados a ouvir dos nossos avós, nos sítios onde passamos todos os dias”, disse Hugo Oliveira, vereador com o pelouro do turismo. Trata-se de mais uma rota, que percorre várias ruas e que constitui “mais um elemento de atracção turística, usando a memória da nossa cidade”, acrescentou.
O projecto aproveitou os fundos comunitários do PROVER – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos e custou cerca de 60 mil euros.
Hugo Oliveira refere que o CCE complementa a Rota Bordaliana, não só pela diferenciação entre peças, umas tradicionais e outras com linhas modernas, como pela sua localização. As duas rotas só se interceptam junto ao Céu de Vidro.

Acervo em construção constante

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André Rocha, da empresa Evol, responsável pelo projecto, explicou que o modelo de funcionamento das peças é original e que o princípio de aproximar o conteúdo turístico à comunidade é o modelo do futuro. “Homenageia estas pessoas e motiva a que outras se juntem para contar as suas estórias”, observa. De resto, estas perto de 100 estórias são apenas parte de um acervo que é para continuar a construir. A empresa já tem mais alguns trechos em preparação e espera que mais caldenses adiram ao programa para contar outros episódios.
Os conteúdos são facilmente actualizáveis e podem ser adaptados, por exemplo, a eventos que se estejam a realizar na cidade.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, nota que esta é mais uma de um conjunto de iniciativas criativas que o município abraçou e que estão a ser seguidas por outros concelhos. Por exemplo, Lisboa já encomendou à Bordallo Pinheiro peças idênticas à da Rota Bordaliana.
Tinta Ferreira ressalvou que nesta primeira fase poderão surgir alguns problemas técnicos, como, de resto, já aconteceu. Na apresentação, a Cobra não funcionou e outras estão a debitar áudio de forma constante.

Alarme e pinos de segurança

Como Gazeta das Caldas noticiou na altura, as peças do CCE já foram alvo de vandalismo na noite de Natal. André Rocha contou que foram furtados componentes quando algumas das peças estavam a ser montadas. Para evitar que isso volte a acontecer, foram instalados alarmes de protecção.
A autarquia decidiu-se ainda por colocar pinos a proteger algumas das obras para que os automobilistas não estacionem demasiado perto destas.

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