Ultimamente, tem-se verificado em Portugal um aumento significativo do consumo de Ozempic, um medicamento utilizado no tratamento da diabetes tipo 2. Esta procura excessiva tem sido feita por pessoas que não sofrem da doença para a qual o medicamento é destinado, mas sim por quem pretende uma solução fácil para resolver o excesso de peso. Este acontecimento tem dificultado o acesso dos diabéticos a um medicamento essencial para a sua qualidade de vida.
Em 2021, estimava-se que havia 529 milhões de pessoas em todo o mundo com diabetes, sendo esta responsável por 6,7 milhões de mortes. Em Portugal, a prevalência é de 13% na população adulta. Entre os casos de diabetes no mundo, 90 a 95% são do tipo 2, a qual é mais prevalente em adultos. No entanto, tem-se verificado um aumento da incidência em crianças e adolescentes.
A diabetes tipo 2 é uma doença metabólica crónica caracterizada por níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue devido a uma combinação de dois fatores principais:
Resistência à insulina: As células do corpo tornam-se menos sensíveis à insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas que ajuda a glicose a entrar nas células para ser usada como energia.
Produção insuficiente de insulina: O pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para compensar essa resistência.
É uma doença grave, sendo uma das principais causas de morbilidade e mortalidade. Por exemplo, é a principal causa de insuficiência renal, amputações de membros inferiores e cegueira em adultos.
Alguns dos fatores de risco da diabetes tipo 2 podem ser controláveis, como os erros alimentares, a inatividade física e o sedentarismo, bem como o excesso de peso ou obesidade. Ter um peso acima do saudável ou uma pressão arterial elevada são mesmo dois dos indicadores de risco de progressão da doença.
Para a prevenção e tratamento da doença, a Organização Mundial da Saúde indica três pilares essenciais: melhor diagnóstico, recolha de dados frequente (em que é essencial a automonitorização por parte do doente) e ambientes saudáveis.
Atualmente, sabe-se que indivíduos fisicamente ativos têm menor incidência de diabetes tipo 2. A maior redução do risco de diabetes tipo 2 acontece com um volume semanal de atividade física moderada a vigorosa entre 150 a 300 minutos. Quanto maior for o tempo em comportamento sedentário, mais elevado será o risco.
A prática regular de atividade física é uma poderosa aliada na prevenção desta doença. Com esforço consistente e escolhas conscientes, é possível reduzir significativamente o risco e garantir uma vida mais longa e saudável. Nunca é tarde para começar: pequenos passos hoje podem prevenir grandes problemas no futuro.