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Em Salir de Matos há vestígios arqueológicos que atestam a presença dos romanos. Esse é o ponto mais antigo de ocupação humana deste local na História que é conhecido. Além da ponte romana, Emílio Hubner, nas “Noticias Arqueológicas de Portugal”, menciona uma inscrição encontrada no local: “D.M.S./SOLPICIAE C.OL./SIPONESI NA. / XXXV CALECUS / R…SI… VXORI/P…P…C.”. Esta será parte integrante de um monumento sepulcral. Traduzido apresenta o seguinte texto: “Dedicado aos deuses menes. Aqui jaz Sulpicia, natural de Collippo irman de Calleco, a qual faleceu na edade de 35 anos”. As três letras da última linha nunca foram totalmente decifradas.
Num grande salto temporal, os vestígios seguintes remetem-nos para o pós-ocupação árabe e para a reconquista cristã. D. Afonso Henriques tomou o castelo de Alfeizerão e a região em volta, que doou em 1153 à Ordem de Cister. Os coutos de Alcobaça tratavam-se de um vasto território (440 quilómetros quadrados) com dois castelos (Alfeizerão e Alcobaça) e três portos de mar (São Martinho, Paredes e Alfeizerão, sendo que existia também um porto na Pederneira). Entre as treze vilas dos coutos do Mosteiro de Alcobaça estava Salir de Matos.
O primeiro foral de Salir de Matos, de acordo com o investigador e juiz desembargador, Carlos Querido, que é natural da freguesia, consiste na Carta de Povoação de 1321. O segundo, de D. Manuel, em 1514, acrescenta poucas e pequenas alterações. Entre essas, estaria a obrigação dos camponeses de pagar ao Mosteiro de Alcobaça um quarto da sua produção de pão, linho ou legumes e um quinto do vinho, do azeite ou da fruta que produziam e ainda uma galinha. Para além disso, o foral previa que fosse paga uma fogaça (imposto pela habitação) em trigo. O não cultivo da terra implicava a perda da mesma. E se, por um lado, ao fim de cinco anos de trabalho se adquiria o direito a comprar a terra, por outro lado, não se tinha o direito de a vender. Todos os meios de produção (como as adegas, os lagares, as azenhas, etc.) pertenciam ao Mosteiro.
Um episódio curioso dá-se no início do século XVIII quando os lavradores desta localidade se recusaram a pagar os impostos, tendo a Câmara de Salir de Matos entrado em litígio com o Mosteiro. Posteriormente, em 1722, os autarcas locais vêem os seus bens serem penhorados por incumprimento do pagamento. Já no século XIX, em 1821 (um ano da primeira constituição portuguesa) são extintos todos os impostos pagos ao Mosteiro e em 1833 os monges de Alcobaça põem-se em fuga na sequência da Guerra Civil que opôs liberais a absolutistas. Três anos mais tarde o concelho de Salir de Matos é extinto e passa a ser uma freguesia integrante do jovem concelho das Caldas da Rainha.
Actualmente a agricultura perdeu alguma relevância e no início do século XXI, 80% da população estava colocada no sector secundário e principalmente no terciário.

Descrição da freguesia de Salir de Matos

LUGARES
Barrantes, Brejoeira, Cabreiros, Casal da Areia, Casal da Cabana, Casal do Clérigo, Casal do Cozinheiro, Casal Malpique, Casal Novo, Casal de Santa Cecília, Casal de Santo Amaro, Casal Vale do Souto, Cruzes, Formigal, Guisado, Infantes, Mata, Matinha, Outeiro, Salir de Matos, São Domingos, Teixeira, Torre, Trabalhias, Vale da Quinta, Venda e Vimeira

Pontos de Interesse
Monumentos: Igreja paroquial, capelas da Quinta do Formigal (particular), N. Sra. Conceição (Torre/Casal da Areia), Sta. Maria Madalena (Barrantes), São Domingos, São Sebastião (Trabalhias) e Todos os Santos (Infantes); oratórios de N. Sra. Rosário (Guisado) e São Pedro (Cabreiros); Amieiro do Patalugo
Equipamentos públicos: Centro de Saúde, farmácia, posto de correios e posto de abastecimento
Equipamentos de ensino: ASESM e Centro Escolar
Associações: A. Barrantes C.D.; A.R.D.C. Cruzes; A.D.R. Guisado; A.C.R. Infantes; A.C.R. Torre/Casal da Areia; A.C.D. Trabalhias; A.R.D.C. São Domingos; C.R.C. Cabreiros; C.R.C. Salir de Matos; ASESM; Ranchos Folclóricos “Os Amigos da Associação de Barrantes”, “Flores da Primavera” do Guisado e “Alegria da Nossa Terra” das Trabalhias

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Datas festivas
Santo Antão (Janeiro), N. Sra. Ascensão/Festa da Espiga (Maio), Santo António (Junho), São Pedro (Junho), Sta. Maria Madalena (Julho), Dia de Todos os Santos (Novembro), Conhece Salir de Matos!? (Junho), Torneio de Petanca (Setembro)

Principais Actividades económicas
Agricultura, comércio e serviços e turismo

 

Segredos Escondidos

Ver o mar em Salir de Matos

Sabia que em Salir de Matos é possível ver o mar e apreciar a baía de São Martinho do Porto quando se encontra a mais de cinco quilómetros de distância (em linha recta)? Suba até ao local onde se situa a capela de São Domingos e aproveite a fantástica vista panorâmica que ali poderá apreciar e que levou mesmo um cidadão a apresentar uma proposta de criação de um miradouro no Orçamento Participativo de 2017. A ideia foi tão bem acolhida pelos caldenses que foi uma das mais votadas daquele ano. Tal facto permitiu que a obra, avaliada em cerca de 20 mil euros, avançasse, estando, actualmente, em execução.

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