A animação e boa música dos Brass Dass

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Atuação dos Brass Dass na Praça da Criatividade
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Os 12 elementos intitulam-se Covers com Aço, numa alusão ao “power” que transmitem através dos instrumentos de metal.

Idealizado por Rafael Neves, Hugo Santos e Ricardo Cipriano, três amigos e músicos obidenses, o projeto Brass Dass, nasceu no feriado municipal de 2020. Após a ideia inicial, ainda no ano antes, os mentores começaram a fazer os arranjos das músicas e foram convidando músicos que tocavam noutros projetos, formando o grupo de 11 elementos (atualmente 12) que interpreta, em instrumental, músicas conhecidas do grande público. A banda é composta por elementos com idades compreendidas entre os 22 e os 44 anos, a grande maioria do concelho de Óbidos, que pertenceram ou continuam a integrar bandas filarmónicas e prosseguiram estudos na área da música.
A auto intitulada boys band do Oeste arrancou em força, mas depressa teve de ir para casa, devido à pandemia. A solução encontrada foi começar a partilhar vídeos com as músicas nas redes sociais, em particular no Youtube, que lhes permitiu, logo após o primeiro desconfinamento, um convite para um festival internacional, em Tui e Valença.
Novo confinamento e retorno às redes sociais. Depois foram convidados pelo Caldas Sport Clube para animar alguns dos seus jogos, o que lhes deu “alguma visibilidade na região”, explica Rafael Neves, fazendo notar que, como a divulgação até então tinha sido feita através da internet, ainda eram pouco conhecidos na zona.
“Foi em 2024 que conseguimos tocar mais na nossa região, pois até então tinham sido atuações pontuais”, conta o responsável, dando nota que eram muito requisitados, sobretudo, para espetáculos na zona norte e interior do país. Agora, já com um calendário regular de atuações, os Brass Dass percorrem todo o país, mas também têm convites para festivais no estrangeiro, como é o caso do México e da Tunísia.

Primeiro festival internacional
O grupo sempre comemorou o seu aniversário junto ao feriado municipal de Óbidos. Após a sua apresentação pública, em 2020, onde fizeram a segunda parte do concerto de Rita Guerra, no pavilhão do Complexo dos Arcos, há dois anos comemoraram o terceiro aniversário, no Parque Tecnológico, com a participação da BFC Street Band, de Casegas (Covilhã). O ano passado convidaram duas bandas: os Babosa Brass Band, de Minde, e os BandUstikA, de Castelo de Vide, e, para celebrar o seu quinto aniversário, propuseram-se a fazer algo em grande. Convidar cinco bandas, algumas delas estrangeiras. O que lhes parecia inicialmente “utópico” começou a ganhar forma, também com o apoio do município, e conseguiram criar o “Óbidos Brass Fest”, o primeiro Festival Internacional de Brass Bands, organizado em conjunto com a Associação Sopros Influentes. O evento, que decorreu nos dias 17 e 18 de janeiro, contou com a participação, além dos anfitriões, os BrassDass, de duas bandas portuguesas: os Xaral’s Dixie, de Minde, e os AzorBrass, dos Açores, dos The Vid Band, de Tenerife (Ilhas Canárias) e da Charanga Pisando Fuerte, um grupo composto exclusivamente por mulheres, oriundo de Granada. As bandas tocaram nas várias freguesias do concelho e deram concertos, nas noites de sexta-feira e sábado, na Praça da Criatividade.
E, se nos seus espetáculos, os Brass Dass percorrem quase todos os estilos de música, no festival optaram por fazer diferente. Na primeira noite deram um concerto só de música rock, onde tocaram Metálica, System of a Down, Linkin Park ou Offspring, no dia seguinte foi uma atuação virada para o pop, com medleys das décadas de 80 e 90, e músicas espanholas, em homenagem às bandas participantes.
Tirando as atuações de palco, o grupo não costuma levar um alinhamento definido e vão sempre tentando “ler” a reação de quem está a assistir. “É uma banda que funciona muito da interação com o público”, explica Rafael Neves, destacando que a animação e energia que transmitem quando tocam são algumas das suas principais características.
O futuro passa por continuar a atuar e a levar o nome da região o “mais longe possível” e afirmar o Óbidos Brass Fest como um evento anual, consolidá-lo e colocá-lo no circuito dos festivais ibéricos”, conclui Rafael Neves. ■

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