Alunos de Design Industrial criaram peças para empresa de design

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Gazeta das Caldas
Alunos da ESAD apresentaram protótipos a uma empresa que os produz

Realizou-se na ESAD uma exposição de Design Industrial que teve como objectivo apresentar novos protótipos ao mercado. Para a inauguração, a 7 de Março, foi convidada a empresa Dedal, sediada em Torres Vedras, que está interessada em comercializar protótipos que foram apresentados naquela mostra pelos alunos.

Copos que se empilham, bancos que se tornam mesas, ou pequenos sacos de serapilheira para ir às compras, foram algumas das propostas que estiveram patentes na exposição de Design Industrial.
Coordenada pelo professor Renato Bispo, a exposição inclui protótipos de alunos do 2º ano que teve como mote encontrar referências da identidade portuguesa. Para produzir as peças, os alunos usaram materiais como a madeira ou o barro e “partiram em busca da tradição portuguesa onde os objectos, ligados à cozinha, servem para várias funções”, disse o docente.
Os estudantes usaram matérias naturais e têm uma execução simples. Renato Bispo afirmou que as peças poderiam ser feitas na indústria de pequena e média dimensão nacional.
Patricia Valinho, responsável pela empresa Dedal. A sua família é caldense e a empresária estudou nas escolas Rafael Bordalo Pinheiro e Raul Proença. Hoje gere a sua empresa de design e já quando deu os primeiros passos em 2007 contactou a ESAD tendo comercializado peças artesanais dos alunos. Nessa altura, a empresa proporcionou aos alunos workshops de rendas e de olaria tradicional, tendo convidado Armindo Reis a ensinar os princípios desta arte naquela escola.
Em 2010 a Dedal passou a ser um negócio e agora está de regresso à ESAD “em busca de novas peças”, disse a empresária à Gazeta. Patrícia Valinho ficou surpreendida com as propostas onde se alia o saber fazer tradicional português com o design. ”Fomos nós que voltámos a desafiar a escola”, disse a responsável da firma que tem a sede em Torres Vedras.

Inovar a tradição

Entre os projectos presentes, esteve o da estudante Catarina Correia que apresentou um banco em madeira, que, aos pares, se pode transformar em apoios de mesa. A mesma estudante apresentou sacos de vários tamanhos feitos em serapilheira, como alternativa aos sacos de plástico. Neles utiliza arame para regular o tamanho e a abertura do saco, adequado para o transporte de feijão, grão, ou até café (antes de ser moído).
Por seu lado, Joana Privado desenvolveu canecas sem asa que encaixam umas nas outras. Têm uma pequena pega para a mão não escorregar e a forma como se “empilham” permite poupança de espaço. Rafael Viva é da Marinha Grande e propôs-se dar novas formas ao frasco do vidreiro. Tornou-o redondo, de traços contemporâneos e propõe que a peça seja usada para guardar licor de leite, também típico da sua terra natal.
O aluno Samuel Belo criou um pequeno avião em madeira que é, em simultâneo, um brinquedo e que também serve de base para guardanapos.
Todos os estudantes de Design Industrial referiram que estas iniciativas são úteis pois permitem a ligação entre a escola e as empresas. Servem também para mostrar à comunidade o que se aprende na escola de artes caldense.