Onze estudantes finalistas da licenciatura em Teatro da ESAD apresentaram na sala estúdio do Teatro da Rainha a peça “A luz da noite – Já são 7 horas?”. Sob a direcção de Rita Durão, os jovens apresentaram a criação colectiva de uma colagem de textos de Luigi Pirandello e de Ramón del Valle-Inclán, num espetáculo que resultou da coprodução da ESAD com o Teatro da Rainha. A companhia emprestou o seu espaço de modo a que os estudantes pudessem experimentar como é representar num espaço profissional.
Rita Durão é actriz, trabalha em cinema e com o Teatro da Cornucópia. Trouxe estes textos que não têm uma linguagem contemporânea e por isso foi interessante analisar a forma como jovens de hoje interpretam textos dramáticos de outras eras.
Metade da turma trabalhou com Rita Durão enquanto que os restantes 11 estiveram com Joana Craveiro a apresentar a peça Máquina Fotográfica que teve também duas apresentações no CCC. As docentes quiseram que os alunos experimentassem palcos fora das salas de aula.
“Quero ser actor e….”
“Todo o processo foi trabalhoso, mas entendemo-nos bem em relação à colagem dos textos dos dois autores”, disse o aluno Gonçalo Poeiras, natural Barreiro. Por seu lado Carmen Mesa, de Vila do Conde, considera que esta peça retrata “vários pedaços da realidade que podemos ver através de uma lupa sobre as temáticas do dinheiro, da morte, da paixão e do sofrimento inerente ao ser humano”.
Para além da peça de teatro, Gazeta das Caldas quis conhecer as expectativas dos estudantes, que agora deixam a faculdade e rumam aos seus estágios profissionais. Katherine Caetano, veio de Pernambuco (Brasil) e adaptou-se bem à vida nas Caldas.
Gonçalo Ícaro, de Aveiro, quer ir um pouco mais além da representação e pretende ser músico e bailarino. Por seu lado, Matilde Anjos, de Mafra, diz que além de ser actriz, aprendeu na ESAD que também se quer dedicar à direcção artística, ou seja, vai querer “iniciar um projecto do zero até ao produto final, sem esquecer luzes, cenários, unindo os dois mundos”.
Mariana Marques, de Tondela, vai estagiar para o Teatro do Silêncio, em Lisboa, enquanto que Anita Ribeiro, de Amarante, vai para o Teatro Barraca e Filipe Lopes, de Samora Correia, vai para os Artistas Unidos.
Os estudantes Carmen Mesa e Gonçalo Poeiras vão apresentar um projecto teatral autónomo. Os finalistas terão como missão criar as próprias peças que depois pretendem apresentar em vários espaços teatrais. Carmen Mesa, referiu que gostaria até de fazer uma digressão com a sua futura criação.
Os restantes alunos vão integrar outras companhias nacionais e há uma aluna que vai estagiar para uma rádio. Francisco Gonçalves, do Bombarral, o único estudante oestino que trabalhou no grupo de Rita Durão, vai estagiar para a Barraca. Está satisfeito com o estágio pois pretende leccionar teatro. Como tal, vai ingressar num mestrado para mais tarde seguir o ensino.
Tiago Pessoa ainda está a frequentar o segundo ano do curso e foi o responsável pelas luzes e som da apresentação de “A Luz da Noite. Já são sete horas?”.
Este grupo de estudantes apreciou os três anos de estudo de Teatro na ESAD e agora vão ganhar asas e ingressar nos mais variados projectos teatrais nacionais e independentes.
A outra metade da turma de finalistas de Teatro trabalhou com Joana Craveiro a peça Máquina Fotográfica, que foi apresentada nos dias 25 e 27 de Janeiro no CCC. Tal como aconteceu no Teatro da Rainha, as duas sessões de teatro estiveram completamente esgotadas.