“As Caldas de Bordalo” apresentado em Lisboa no El Corte Inglés

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geralCorteBordaloMeia centena de pessoas, entre os quais vários caldenses que moram em Lisboa, não quiseram perder a oportunidade de assistir à apresentação do livro que teve lugar no El Corte Inglés a 4 de Fevereiro. A obra de Isabel Castanheira, com as referências que Bordalo Pinheiro deixou nas Caldas da Rainha, foi apresentada por Carlos Querido. A sessão de apresentação na capital contou ainda com o designer gráfico da obra, Miguel Macedo, o editor João Paulo Cotrim e ainda com o vice-presidente da Câmara das Caldas, Hugo Oliveira.

“A Isabel Castanheira é uma livreira guardadora de memórias e de sonhos, dá-nos nesta obra, em 89 passos e 10 pausas, uma ideia muito concreta de Rafael Bordalo Pinheiro, a partir das pegadas e das memórias que nos deixou”. São palavras de Carlos Querido, durante a apresentação da obra, tendo estabelecido ao longo da sua alocução a ponte entre Lisboa, Caldas e até com o Brasil, já que Bordalo Pinheiro deixou a sua marca por todos os locais onde viveu.
Também a autora, Isabel Castanheira, o designer gráfico Miguel Macedo, o editor João Paulo Cotrim deram interessantes notas que abriram o apetite à leitura desta obra, de cariz caldense. “E se Isabel Castanheira se assume como Maria Paciência então eu sou o Gato Pires”, comentou Miguel Macedo, tendo em conta que o design do livro levou nove meses de trabalho.
O vereador Hugo Oliveira deu a conhecer que está a ser criada nas Caldas a Rota Bordalo Pinheiro e que neste momento decorre o concurso para os vidros que vão proteger do eventual vandalismo as obras bordalianas em tamanho natural que estão a ser criadas na fábrica.
Ao longo de toda a apresentação foi referida a Gazeta das Caldas, não só por ter acolhido originalmente as crónicas da autora, como também por fazer parte de outras iniciativas como o lançamento do suplemento comemorativa dos 135 anos do Zé Povinho.

Amigos de infância e da livraria

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“Foi um gosto enorme vir aqui à apresentação do livro até porque a autora foi minha colega de liceu”. Palavras de Júlio Santos, que assistiu a apresentação desta obra. “Tenho uma amizade desde a infância muito grande”, contou o leitor caldense que vive  no Algarve e tem residência em Lisboa. Júlio Santos teve conhecimento prévio do lançamento do livro e como este “é uma obra da qual todos nos orgulhamos, achei que não podia faltar ao lançamento em Lisboa”.
Júlio Santos acha ainda que o livro “é algo único e a própria cidade também o merece”.
Celeste Oliveira é de Lisboa, mas trabalhou durante vários anos nas Caldas. “Conheço Isabel Castanheira há muitos anos pois a Livraria 107 era de visita obrigatória porque na verdade os livros que pretendíamos estavam lá”, disse esta médica reformada. “Era sempre muito agradável e havia sempre motivos de interesse a quem ia assiduamente ao espaço”, disse a leitora que aprecia o facto da livreira ser tão fã de Bordalo Pinheiro.
“Sinto-me honrada e fico feliz com o facto de ter vindo apresentar o livro a Lisboa, a vários caldenses que por cá moram”, disse a autora à Gazeta das Caldas, no final da sessão.
A responsável pela programação de âmbito cultural do El Corte Inglés, também presente na apresentação, é Susana Santos, que é de Alcobaça e conhece bem as Caldas, os seus museus e pastelarias.
A alcobacense explicou que a programação cultural do El Corte Inglés inclui a apresentação de 200 livros por ano explicando que no dia anterior às “Caldas de Bordalo” tinha estado José Jorge Letria a dar a conhecer o seu último livro infanto-juvenil.
“Este é o nosso contributo para promover o livro e a leitura”, disse Susana Santos,  acrescentando que o El Corte Inglés também promove cursos que têm como objectivo criar novos públicos para os temas que estão a ser tratados.
Sobre as Caldas da Bordalo, Susana Santos afirmou que a apresentação do livro caldense deixou algumas ideias para um futuro ciclo de conferencias e também de visitas a museus, nas Caldas e em Lisboa, onde pode ser conhecida a obra de Rafael Bordalo Pinheiro.
Susana Santos recordou ainda que o El Corte Inglés é co-editor de uma fotobiografia de Bordalo Pinheiro da autoria de João Paulo Cotrim.
Além dos livros do Oeste, Susana Santos sente-se uma embaixadora do Oeste e explica que tem promovido a presença de outros produtos nesta cadeia de lojas como a louça da Fábrica Bordallo Pinheiro e fruta oestina (maçã e pêra rocha).

Caldas de Bordalo na Visão

Também a revista Visão de 5 de Fevereiro (edição nº 1144) faz referência ao livro, dando a conhecer que Bordalo Pinheiro morreu há 110 anos (a 23 de Janeiro de 1905) “mas o seu  legado, que beneficiou do revivalismo que tomou a cultura portuguesa nos últimos anos, é uma cornucópia de reencarnações em torno do humor e da fina observação”.
No artigo, assinado pela jornalista Sílvia Cunha, afirma-se que a obra “é um volume monumental de homenagem criado por esta caldense que escreveu as crónicas sobre Bordalo aqui compiladas no jornal Gazeta das Caldas entre 2005 e 2013”. Segundo a articulista, o livro é também uma “pesquisa passeada sobre as marcas, memorias, alusões e provocações bordalianas na cidade onde o mestre fundou a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, ateliê de onde saíram as mais desvairadas criações, marcadas pelo seu bestiário”. Há ainda referências às fotografias e ilustrações que se conjugam “numa exuberância gráfica por onde pairam ditos e chistes bordalianos, ainda facilmente aplicáveis a gosto nos dias de hoje”.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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