Atelier-Museu António Duarte está a celebrar 40º aniversário

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O caldense António Duarte
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Primeiro museu do Centro de Artes abriu em 1985 e sempre apostou na criação. Terá em breve obras de renovação

O Atelier-Museu António Duarte (1912-1998) abriu portas a 22 de janeiro de 1985 e como tal está a celebrar as suas quatro décadas. O escultor caldense expressou a vontade de criar na sua terra natal mas queria, além de um museu para colocar as suas obras, que este fosse um espaço dedicado à criação artística. E é assim que nasce este espaço quando o artista já tinha 73 anos.
António Duarte aos 50 anos tornou-se também professor de Belas Artes e durante a sua carreira fez várias obras de arte pública como por exemplo o Santo António de Lisboa (Praça de Alvalade) ou os cavalos marinhos, peça fronteira ao Mosteiro dos Jerónimos.
A criação do espaço museológico resultou de uma doação feita pelo artista ao município das Caldas que, em troca, “criou o edifício e dotou-o das competências que lhe permitissem continuar a trabalhar”, disse José Antunes, o diretor do Centro de Artes.
Segundo o responsável, a constituição do Atelier-Museu “foi inovadora para época pelo formato, que foi seguido também por João Fragoso e foram os primeiros no país”, acrescentando que o Atelier-Museu João Fragoso, atualmente encerrado, abriu em 1994.

O atelier possui um espaço de exposição, outro de criação e também acolhe as coleções do artista dedicadas à medalhística, pintura, desenho e à arte sacra.
O espaço teve a primeira ampliação na década de 90 do século passado e, em 2002, houve nova ampliação que permitiu segmentar as coleções e as obras de António Duarte. O surgimento deste museu permitiu “criar uma nova dinâmica relativa à produção artística e deu início aos simpósios de escultura em pedra que surgem logo no ano seguinte, 1986. As primeiras edições atraíram escultores das Belas Artes de Lisboa e do Porto “que aqui criaram um polo de encontro”, disse o diretor. Entre outros, reuniam nas Caldas, Antonino Mendes, António Vidigal, Carlos Barreira e João Honório. Houve ainda as bienais de escultura e desenho que teve sete edições e “não se pode esquecer que é aqui que nasce a ESAD.CR nos ateliers, antes de se mudar para a Matel e depois para edifício próprio”, recordou José Antunes. Na sua opinião, hoje mantém-se o propósito de se apostar em cursos de formação, além de que o espaço acolhe iniciativas de grupos culturais independentes. O Atelier-Museu possui também uma biblioteca de arte e um centro de documentação sobre a obra do próprio artista. Recebe eventos da CENTRA, o grupo de amigos do Centro de Artes, além de que também é sede da Associação de Cidades e Vilas de Cerâmica.
O Centro de Artes, que tem neste momento 12 funcionários, viu em 2004, a abertura do Museu Barata Feyo e, em 2017, foi a vez de abrir o Museu Leopoldo de Almeida. Já em 2024, abriu portas a Casa Amarela que acolhe a mostra de arte popular.
Segundo a vereadora da Cultura Conceição Henriques, este museu – assim como o do João Fragoso – serão alvo de intervenção ainda neste primeiro semestre pois a autarquia fez uma candidatura, através da OesteCim, ao programa Protugal 2030. “Estamos na fase da contratualização do projeto de reabilitação”, disse a vereadora. Serão 750 mil euros que vão permitir intervir nos dois espaços que precisam de obras. “São obras muito necessárias”, disse a autarca.
O museu João Fragoso está encerrado há nove anos e não pode reabrir sem ser intervencionado. Conceição Henriques acrescentou que tem sido feito um esforço para atrair público ao Centro de Artes através dos concertos do CCC Fora de Portas e também com uma grande aposta no Serviço Educativo. Este último atrai 14 mil crianças das escolas e que posteriormente “acabam por trazer a família”. Referiu também as parcerias com a Direção Geral das Artes e a realização de eventos âncora como o “Domar o Fogo” que terá a sua terceira edição este ano. “Este executivo optou por começar pela cerâmica mas o simpósio de escultura poderá regressar já que é uma vertente bem vincada no Centro de Artes”, rematou.■

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