Beatriz Rego tem uma exposição em que a fotografia se confunde com a pintura

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A jovem utilizou a luz negra como técnica original para fazer as suas fotografias | Beatriz Raposo
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“Luz Negra” é o nome da exposição que está patente no Café-Concerto do CCC até o próximo domingo, dia 25 de Março. Beatriz Rego é a jovem caldense por detrás das imagens, que são uma homenagem às raízes da própria fotografia – que nasceu da pintura – e aos povos tribais que foram os primeiros a utilizar a arte como forma de expressão.

A exposição “Luz Negra” mostra fotografias que quase se confundem com telas de pintura. O fundo negro das imagens é constratado pelos corpos humanos pintados com padrões tribais cujas cores brilham na presença de luz negra.
A luz negra é obtida através da passagem da luz por uma lâmpada mais escura e sem fósforo que deixa a luz ultravioleta passar directamente pelo vidro. Curiosamente, uma das suas utilizações está associada à análise documental da pintura pois permite revelar os traços do pincel e descobrir que alterações foram feitas nas obras. A luz negra foi também a fonte de iluminação escolhida para o registo fotográfico que deu origem a esta exposição, destacando-se assim cores que não são visíveis com fontes de luz mais comuns.
“A inspiração deste projecto provém das raízes da fotografia que surgem precisamente na pintura. Procuraram-se as formas de expressão mais antigas, o desenho e a cor, que aqui comunicam por imagens”, disse Beatriz Rego à Gazeta das Caldas, acrescentando que os modelos usados nas fotografias surgem como telas humanas que criam diferentes jogos de cor. Estes foram pintados à mão, com tintas próprias que brilham na presença de luz negra, com desenhos inspirados nos padrões tribais que remontam ao início da arte, utilizada em primeiro lugar para diferenciar povos, culturas e expressar ideias.
A caldense Beatriz Rego tem 22 anos e foi em criança que descobriu a paixão pela fotografia. “Nasci numa família com forte ligação às artes e lembro-me que tinha quatro anos quando usei a câmara fotográfica pela primeira vez. Foi no Parque D. Carlos I, tentava fotografar os pombos que estão sempre por ali”, recordou a jovem, realçando que a fotografia assumiu uma presença mais importante na sua vida quando ingressou o Curso de Técnico de Fotografia na Escola Técnica e Empresarial do Oeste.
Aos 17 anos, a jovem assina a primeira exposição – “Realidade Subjectiva” – inserida no Caldas Late Night, iniciando depois a licenciatura em Fotografia no Instituto Politécnico de Tomar. Uma formação que interrompeu em 2015/2016 para fazer voluntariado na província de Ontário (Canadá) como assistente de fotógrafo e professora-assistente. “A experiência foi fruto da minha vontade em explorar outras culturas e enriquecer os meus conhecimentos junto de fotógrafos experientes”, explicou à Gazeta das Caldas. Quando regressou a Portugal, Beatriz Rego apresentou a exposição “Memento – Caderno de Memórias” no Museu José Malhoa, tendo no ano passado concluído a sua licenciatura com o lançamento do livro “From Where I Stand” que compila imagens das viagens realizadas durante os quatro anos do curso.

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