Inserida nos 90 anos da Gazeta das Caldas, a exposição com 20 primeiras páginas deste jornal está agora em exibição no Céu de Vidro (Parque), depois de ter passado pela Rua das Montras no final do ano passado. Rever as manchetes que fizeram capa, a evolução do grafismo e das cores na paginação e alguns dos acontecimentos que escreveram a história das Caldas são algumas das possibilidades que esta mostra oferece. As capas podem ser visitadas diariamente das 08h00 às 16h00.
Sabia que a Gazeta, hoje publicada todas as sextas-feiras, já chegou a ser distribuída duas vezes por semana, à terça e ao sábado? A periodicidade bi-semanal surgiu em 1962 e a notícia desta mudança, que pode ser vista na exposição, é dada pela edição do dia 30 de Janeiro. “É evidente, isto representa um tremendo sacrifício para todos os que, dedicadamente, sem auferir um centavo de ganho, trabalham nesta casa”, refere a dita notícia, que também comunica a descida do preço de venda do jornal e das assinaturas.
Dez anos antes, a 31 de Agosto de 1952, informam-se os leitores da resistência da Feira do 15 de Agosto à crise que atravessavam os eventos populares. Nesta altura, a feira era ainda muito concorrida, descrita como um certame de sucesso. Curiosamente, na edição em 2006, 54 anos depois, já se fala de uma Feira que bateu no fundo. “O certame meio vazio durante a tarde de terça-feira provava que, de facto, a tradição já não é o que era”, pode ler-se.
A primeira edição de Dezembro de 1948 traz boas notícias para a Linha do Oeste: vão passar a circular automotoras modernas nesta linha férrea. Os novos veículos, segundo informa o artigo, têm amplas janelas, capacidade para 100 pessoas e oferecem maior comodidade, completando o trajecto Caldas-Lisboa numa hora e meia. Como estamos longe desses tempos de velocidade ferroviária na Linha do Oeste.
A abertura da Casa da Cultura, em 1975, é um tema que preenche integralmente a primeira página do dia 5 de Fevereiro. Desde logo um sinal que o acontecimento era importante, confirmado pelo texto noticioso. “Há agora uma casa que é nossa, que é do povo e onde doravante poderemos encontrar-nos, aprender uns dos e uns com os outros. E talvez não nos tenhamos apercebido ainda o que isso significa para os caldenses”, destacam os primeiros parágrafos.
A inauguração dos novos Paços dos Concelhos é a manchete do edição de 15 de Maio de 1992. Critica-se o tempo da obra – 12 anos – que foi concluída a “passo de caracol”.
A 25 de Maio de 2007, anuncia-se que os produtos biológicos chegaram ao mercado diário da Praça da Fruta e que os caldenses se renderam ao Toma, três dias depois da sua entrada em funcionamento. Contudo, e porque “a população quer sempre mais”, os passageiros pediam por mais paragens, autocarros e linhas.
O registo da chegada da cor às páginas do jornal é feito pela capa de 1983, onde outras mudanças são também evidentes. Reduziu-se o texto e aumentaram-se as imagens. Ao mesmo tempo, há um aspecto que permanece, de 1925 a 2015, ao longo de 90 anos: o grafismo do nome do jornal, “Gazeta das Caldas”.
Estas são apenas algumas das histórias, curiosidades e acontecimentos que podem ser relembrados nas 20 capas em exposição no Céu de Vidro. Passe lá e aproveite para ler as “gordas”.