
Centro de Artes esteve ao rubro durante o fim de semana com a celebração do dia dos Museus, do Bom dia Cerâmica e com propostas para as famílias
O Centro de Artes recebeu vários eventos entre os dias 16 e 18 de maio, e para todos os gostos e idades. O ceramista Ricardo Lopes foi o convidado do Bom Dia Cerâmica e não só foi o responsável por uma conferência como coordenou um workshop onde os participantes tiveram a oportunidade de pôr a mão no barro e experimentar diferentes técnicas cerâmicas.
Ricardo Lopes veio do Laboratório de Atividades Criativas de Lagos, entidade que também pertence à Rede Nacional de Arte Contemporânea e quis trazer às Caldas um pouco da experiência que obteve no Japão onde trabalhou com grés, da porcelana na China e ainda com terracota com a qual trabalhou na Índia. “As viagens cerâmicas de um oleiro português no Oriente” designou a conversa que decorreu no Atelier-Museu António Duarte, para casa cheia. A conversa programação do Bom Dia Cerâmica.
“Estas três pastas, que são trabalhadas com técnicas diferentes, têm um fio condutor que as liga”, disse o ceramista que se formou no Cencal, tendo inclusivamente feito um estágio em França através do centro de formação caldense.
Após a conferência, Ricardo Lopes coordenou o workshop – que teve lugar no espaço dos serviços educativos do Centro de Artes, e que partiu do objeto “taça” que serviu de fio condutor para explorar as possibilidades estéticas e funcionais da temática, usando para tal três das principais técnicas de conformação em cerâmica das três pastas: o grés, a porcelana e o barro vermelho.
Atualmente o ceramista e formador tem atelier em Lagos e também ensina quem quer dedicar-se à cerâmica. Fá-lo em escolas algarvias e também na Fundação Oriente. “As pastas de cerâmica são como as pessoas, ou seja, têm personalidade e diferentes temperamentos” , disse o autor que ensinou a sete pessoas os rudimentos do trabalho necessário para laborar com os diferentes materiais.
Para o ceramista, que chegou a ser um dos convidados da Feira de Cerâmica Contemporânea de S. Martinho, a cerâmica atravessa um bom momento em Portugal e está seguramente “na moda”. Como tal, esta explosão, “tanto traz bons e maus resultados que depois o próprio mercado irá selecionar”, disse. Na sua opinião a cerâmica poderia ser mais valorizada, tal como constatou pelos vários países por onde passou. Índia, China e Japão, sabem dar o devido valor a esta arte milenar e aos que ela se dedicam.
Marionetas, piano e fotografia
Na manhã de 16 de maio, e inserido nas comemorações do Dia Internacional dos Museus, o jardim dos museus municipais voltou a encher-se de crianças para assistir ao espetáculo dos Catrapum! Catrapeia, que se destinou ao público escolar. Foram vários os grupos das escolas das imediações que vieram assistir ao espetáculo “Danças, cantigas e brincadeiras” que ofereceu aos participantes uma vivência ligada às danças e aos ritmos de brincadeiras oriundas da cultura popular de diversas partes do mundo (world music and dance). O público, constituído por crianças das escolas, vizinhas do Centro de Artes, foi convidado a brincar, cantar e dançar, promovendo a coordenação motora, a memória e a expressão corporal.
A 18 de maio, o jardim do Centro de Artes foi palco da peça de teatro de marionetas “A Princesa Ziah” que se destinou às famílias e que foi promovido pela Companhia de Teatro de Évora ‘Era uma Vez, Marionetas’.
Segundo o diretor do Centro de Artes, José Antunes os dois espetáculos para as escolas e famílias foram assistidas por centenas de pessoas, algumas das quais tiveram ainda a oportunidade de experimentar trabalhar na roda de oleiro, já que houve uma parceria com o Cencal . No domingo foi ainda inaugurada a exposição “Angst” de João Mota da Costa.
O fotógrafo que é também médico cirurgião, já expôs anteriormente no Centro de Artes, também lançou um livro que guarda estas imagens onde predominam os tons de negro, que invocam as representações espectrais do corpo ou elementos fractais da natureza. Uma das anteriores mostras de fotografia de João Mota da Costa foi dedicada aos Pavilhões do Parque. No domingo, 18 de maio, houve também um recital de piano de Paulo Oliveira, no Museu Leopoldo de Almeida que lotou a sala do museu.