Estava prevista para amanhã, 16 de Dezembro, a assinatura do contrato para a construção do edifício destinado ao Teatro da Rainha. No entanto, esta não se realizará porque a CIP- Construção SA, a única empresa que concorreu, não apresentou atempadamente (até à passada segunda-feira, 11 de Dezembro) os documentos de habilitação nem as garantias bancárias, necessárias à efectivação do concurso.
A empresa havia apresentado uma proposta aproximada de 1,73 milhões de euros para construir o edifício.
O presidente da Câmara lamentou a situação e diz que em Janeiro será reaberto novo concurso para reiniciar o processo. “Provavelmente teremos que aumentar o valor total da construção”, que era de 1,75 milhões de euros, disse Tinta Ferreira acrescentando que o novo valor terá que ser ajustado com os projectistas da autarquia.
“O município continua decidido a concretizar a sede do Teatro da Rainha”, acrescentou.
Contactado pela Gazeta das Caldas, José Carlos Faria, um dos responsáveis pelo Teatro da Rainha, lamentou este facto dado que a abertura de um novo concurso vai implicar pelo menos
“mais seis meses de atraso”.
A obra tinha o arranque previsto para o início de 2018 devendo ficar concluída no ano seguinte. Agora, possivelmente, segundo o encenador, as obras só poderão arrancar em 2019.
O facto do concurso ter ficado deserto é para o grupo
“uma situação desagradável mas não é uma situação de recuo. É apenas mais um obstáculo neste processo que não tem sido fácil”, referiu o actor acrescentando que o processo para a construção da sede já dura há 14 anos.
O Teatro da Rainha é a única companhia profissional no activo entre Lisboa e Coimbra.
O novo espaço do Teatro da Rainha, que conta com projecto de arquitectura de Nuno Ribeiro Lopes, será único no país devido à versatilidade que vai oferecer no que diz respeito à relação espectáculo-público.
Debater os espaços
No dia 16 de Dezembro, a partir das 14h30, decorrerá, nas instalações da companhia, o primeiro de um conjunto de encontros que o Teatro da Rainha tenciona organizar com a presença de encenadores, arquitectos e cenógrafos. Vão participar um conjunto de autores que falarão sobre Teatro, Espaço Vazio e Democracia. Neste encontro de estreia vão participar José Carlos Faria (cenógrafo e encenador), Luís Varela (encenador), Carlos Augusto (compositor), José António Bandeirinha (arquitecto e docente), Nuno Carinhas (encenador) e António Sousa Dias (musicólogo).
A partir das 17h30, terá lugar uma mesa-redonda onde vão estar o encenador Fernando Mora Ramos e o arquitecto Nuno Ribeiro Lopes, autor do novo edifício. Ambos vão abordar o projecto de novo teatro do Teatro da Rainha, a partir da sua própria maqueta e do conhecimento real do seu espaço de implantação e suas características. Está igualmente prevista a intervenção do presidente da Câmara, Tinta Ferreira.