Nicole Ballu Loureiro a primeira directora do Museu de Cerâmica e fundadora da Alliance Française nas Caldas, faleceu na passada terça-feira, dia 7 de Dezembro.
Nasceu a 4 de Fevereiro de 1926, em Epernay, França e estudou Artes Decorativas na Escola Superior do Louvre, tendo-se especializado em Cerâmica (sobretudo em porcelana) e Mobiliário.
Nicole Ballu Loureiro foi conservadora no Museu do Louvre, escreveu vários artigos para revistas francesas da especialidade e participou em catálogos de exposições no estrangeiro.
Na década de 50 veio para Portugal a convite da Fundação Gulbenkian para efectuar pesquisas na área da cerâmica. Casou com o escultor Eduardo Loureiro (que foi professor e director da Escola Industrial e Comercial) que conheceu nas Belas Artes, no Porto, tendo tido três filhos, Isabel, Patrícia e Miguel.
Mais tarde radicou-se nas Caldas da Rainha e foi nomeada Conservadora do Museu de José Malhoa, sendo responsável pela colecção de cerâmica. Naquele museu, foi a principal mentora da exposição de cerâmica caldense – Expo Caldas 77- no Museu de José Malhoa, realizada em 1977, mostra que fez ressurgir o antigo desejo de um Museu de Cerâmica nas Caldas.
Nicole Ballu Loureiro integrou a “Comissão Organizadora do Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha” criada em 1979, por despacho de 26 de Julho, da Secretaria de Estado da Cultura e constituída para reunir obras para integrar as colecções e escolher um local adequado para a instalação do novo espaço museológico. Este foi criado oficialmente pelo Decreto-Lei nº 200, de 19 de Maio de 1983, e instalado no Palacete Visconde de Sacavém. Com Nicole Loureiro, teve lugar o alargamento e enriquecimento do acervo do Museu, através de um programa de compra e de doação de importantes peças, realizaram-se as indispensáveis obras de recuperação e de adaptação que permitiram a apresentação do acervo do Museu ao público e promoveram-se exposições itinerantes que percorreram o país.
Entre as várias exposições que realizou destacam-se, em 1981, Cerâmicas da Colecção Alfredo Lucas Cabral e em 1984 a: “A Faiança da Fábrica do Rato” na colecção de Artur Maldonado Freitas.
Agraciada com uma medalha pela Câmara Municipal, deve-se-lhe e à sua persistência e sentido de missão, a criação e existência do Museu de Cerâmica, bem como a enunciação e a diligência de uma futura ampliação.
N.N.*
*com colaboração de Cristina Horta