First trouxe especialistas das artes da animação à escola das artes caldense

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Decorreu entre os dias 13 e 15 de Dezembro, mais uma edição do First, o Encontros Internacional de Artes de Animação da ESAD.CR.
Ao contrário do que é habitual, já que esta iniciativa costuma realizar-se em Maio, este ano teve que decorrer em Dezembro, coincidindo com época de exames e de entrega de trabalhos. Tal acabou por resultar em menos público a assistir às sessões de filmes de animação de várias escolas de todos o mundo e às conferências de profissionais nacionais e estrangeiros que vieram partilhar ideias com os estudantes.

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“Este ano decidimos debater durante estes três dias a relação ente as imagens, o movimento, os sons e as questões artísticas relacionadas com os videojogos”. Palavras de Fernando Galrito, professor de Animação da ESAD.CR e responsável pelo First.
O festival recebeu nesta edição convidados nacionais e internacionais que trabalham nestas áreas relacionadas com a pesquisa e com a realização de filmes de animação, de cinema e de videojogos. Para o docente, quem sai da escola e quer integrar o mercado de trabalho sabe que este hoje é bem diversificado e para se realizar um vídeo-jogo tem que se ter uma equipa que deverá incluir criativos oriundos do design, das artes plásticas e do  próprio teatro.  Neste caso “é um actor que faz e interpreta gestos e depois os movimentos são repetidos por avatares criados digitalmente”, explicou.
Para Fernando Galrito há uma ligação total entre a ESAD.CR e estas novas áreas de criação. Os painéis de debate desta iniciativa foram direccionadas para estas questões e participaram, entre outros Patrícia Gouveia e José Xavier, docente português que ensina várias disciplinas ligadas à animação na Universidade de Angoulême (França) .
Veio também Christophe Héral, que é compositor para filmes e para jogos e que, apesar de ter mais de 50 curtas e algumas longas-metragens, ficou mais conhecido do ponto de vista de comercial pois é o responsável pela sonorização do último filme do Tim-Tim. “O som é algo transversal a todas as artes”, disse este criativo.
Em discussão estiveram igualmente os novos suportes como os tablets, os telemóveis e os ipads. Nos debates participaram também professores desta escola que se dedicam aos filmes de animação como Diogo Dória, Isabel Aboim e o próprio organizador, Fernando Galrito.

“Olhar com uma certa humildade para o trabalho que tem que fazer”

Apesar de ter contado com menos público, Fernando Galrito acha que o First “manteve o mesmo grau de qualidade, não perdeu impacto nem força”.
Os Encontros – para além do visionamento de filmes de animação oriundos de vários autores e de várias escolas de animação – contou com a realização de workshops, coordenados pelos convidados internacionais.
Segundo o docente, “as áreas são cada vez menos estanques para se  pensar um jogo são necessários actores, animadores, e designers, além dos programadores. Temos praticamente todas estas áreas na formação da ESAD”. Fernando Galrito contou ainda que participaram nesta edição alunos da Escola Secundária Raul Proença , assim como estudantes das Belas Artes de Lisboa e da Universidade Lusófona.
José Xavier, que é docente na Escola dos Jogos e dos Media Interactivos Digitais em Angouleme e em duas escolas em Lisboa, é uma presença regular destes encontros. “Parece-me que este ano há menos público”, disse o convidado que ajudou também a traduzir, sempre que necessário, o que o compositor Christophe Héral tinha para transmitir aos estudantes.
Este convidado, por se lado, ficou surpreendido com as áreas que são leccionadas na ESAD.CR “que é algo pouco comum actualmente” e gostou do público do First sobretudo dos alunos que frequentaram o workshops que coordenou pois mostraram-se muito interessados  e colocaram questões pertinentes.
Para o responsável pelo som de Tim-Tim seja um filme comercial ou independente o que é importante é fazer as coisas “sem perder a alma”. Segundo Christophe Héral pode-se trabalhar na indústria ou noutra vertente mais artística “mas sempre com o mesmo olhar, de alguém que não está intoxicado pelas certezas absolutas e que olha com uma certa humildade para o trabalho que tem que fazer”, rematou.

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