A Igreja do Espírito Santo e o CCC foram escolhidos para realizar residências de músicos
Já não é a primeira vez que músicos dos géneros erudito, contemporâneo e experimental ficam surpreendidos com as capacidades acústicas de alguns espaços das Caldas. Nos dois últimos fins de semana de dezembro um grupo nacional e um espanhol vieram à cidade para gravar, a convite do Grémio Caldense.
A 18 e 19 de dezembro, a Medusa Unit, formação liderada pelo violoncelista Ricardo Jacinto, apresentou, após alguns dias de residência no CCC, o concerto-instalação “Umbra, Penumbra e Antumbra”, numa parceria que uniu o Grémio, o Osso e o CCC. Segundo o músico, também responsável da Osso, tiveram “a oportunidade única de gravar e a trabalhar na mesma sala onde foi apresentado o concerto”.
O compositor, que espera que as gravações feitas possam originar um novo trabalho para 2022, atuou com André Hencleeday (piano), Eleonor Picas (harpa), Yaw Tembe e João Almeida (trompetes), Nuno Morão (percussão) e Álvaro Rosso (contrabaixo).
Este projeto musical dedica-se ao género minimal, “mas está ligado à música espectral, à improvisação e à performance”, explicou Ricardo Jacinto. Por outro lado, o uso de espaços diferenciados e menos óbvios como a Igreja do Espírito Santo“também abre novas perspetivas”.
Já é a quinta vez que Álvaro Rosso (contrabaixo) vem às Caldas para integrar estes projetos musicais. Na sua opinião, a igreja possui caraterísticas especiais relacionadas com a acústica e que os faz querer regressar. Foi exatamente isso que aconteceu na semana anterior, com Duot, o duo catalão de Ramon Prats e Albert Cirera (bateria e saxofone), que quiseram voltar às Caldas para poder gravar com um quarteto de cordas. E assim aconteceu, com os ZARMensemble, com Carlos Zíngaro, David Alves (violinos) e Ulrich Mitzlaff (violoncelo). Em seis anos de atividade, O Grémio já organizou 200 concertos nas Caldas.