Jorge Leal revela Praia do Norte no Chaby Pinheiro

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Fotógrafo deu a conhecer a onda gigante da Nazaré ao mundo na última década
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Exposição fotográfica imersiva pode ser apreciada no teatro no Sítio, até 6 de março

Garrett McNamara surfou, em novembro de 2011, a onda gigante na Praia do Norte que resultou no recorde do Guinness, mas foi a lente de Jorge Leal que revelou ao mundo o Canhão da Nazaré. O fotógrafo foi um dos precursores do acompanhamento do fenómeno do surf de ondas grandes na vila ao longo da última década e decidiu, agora, apresentar esse trabalho na exposição “Naza 10”, que está patente desde a passada terça-feira e até 6 de março, no Teatro Chaby Pinheiro, no Sítio.
“Entendi que era o momento de tirar os ficheiros dos discos”, admitiu Jorge Leal, mais conhecido no meio por Jorge “Polvo”, que começou por se deslocar à vila para um campeonato de bodyboard, o Nazaré Special Edition. “Eles [os bodyboarders] foram os primeiros a mostrar que as ondas da Nazaré eram intensas e se podiam desafiar”, recorda.
Mas, na verdade, foi a fotografia que “enquadrou o Garrett, o Farol e a Nazaré”, que correu o mundo e que revelou o spot, até então quase “secreto”, das ondas grandes. “Éramos uma pequena equipa e éramos apenas nós, o que hoje é impossível”, evoca.
O dia do recorde “foi perfeito e mágico”. “Não podíamos falhar a filmar. Se não tivesse gravado aquela onda, isto tinha atrasado mais uns anos”, atira o artista, que “chamou” Sebastian Steudtner, Maya Gabeira, Andrew Cotton, Alex Botelho, entre outros atletas do surf mundial, para serem “embaixadores” desta exposição. “Depois dessa onda, não deixei ninguém ver o vídeo, porque tinha de chegar a casa, garantir que o ficheiro não se corrompia e fazer um backup”, conta, entre risos.
Depois disso, a história é amplamente conhecida. “Com a nossa pequena equipa conseguimos, em três anos, colocar a Nazaré no mapa”, admite o também realizador e designer. “Queríamos provar que a Nazaré tinha uma das maiores ondas do mundo. A partir da WSL, foi tudo mais fácil”, reconhece Jorge “Polvo”.
Admitindo que “a Nazaré tem a onda mais fotograda do mundo”, o profissional admira a “capacidade de fotografar o espetáculo quase a 180 graus” e a “particularidade de mostrar coisas diferentes de ângulos diferentes”. “A Nazaré continua sempre a surpreender-me”, confessa o fundador da Polvo Concepts, que tem feito apresentado diversos documentários sobre as ondas grandes da Nazaré.
A exposição “vale como um todo”, colocando “a Nazaré como protagonista”. “Quero contar a história da maior onda do mundo. Não me quero focar nos surfistas”, nota. A escolha do Chaby Pinheiro não foi ao acaso. “É um espaço belíssimo, a alma nazarena está cá”, diz. “É um teatro que, infelizmente, está fechado, mas pode ser que seja o início de alguma coisa”, acrescenta.

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