“Um Grão de Areia em 40 anos de cidadania e Ambiente” é como se intitula o último livro de António Eloy que foi apresentado a 17 de Abril, no Hotel Sana. A apresentação da obra, editada pela Esfera do Caos, esteve a cargo do director deste semanário, José Luís Almeida Silva, numa iniciativa da Bertrand e da Gazeta da Caldas. Presentes estiveram duas dezenas de pessoas que participaram num debate que começou pela luta pelo ambiente e que terminou com a necessidade de haver nas Caldas uma cidadania mais activa para a defesa de interesses comuns da vida na cidade.
“Neste livro contam-se pormenores de muitas situações vividas em Portugal ao longo de 40 anos de activismo ecológico”. Palavras do autor, António Eloy que continua a sua missão de divulgar as energias verdes e o faz por escolas de todo o país. Neste momento leva a cabo um périplo pelas escolas oestinas – já foi ao colégio Rainha D. Leonor e à Bordalo Pinheiro estando previstas idas à Raul Proença e à EBI de So. Onofre.
Nestas partilhas dá também a conhecer que já estava ligado às Caldas quando, nos anos 70, se deram as grandes manifestações contra a instalação de uma central termonuclear em Ferrel, além de se ter envolvido em lutas contra a degradação urbanística e a pressão da construção nas margens da Lagoa de Óbidos tendo-se manifestado, nos anos 80, contra a construção que ali se constatava.
Mas a ligação de Eloy às Caldas da Rainha é muito anterior. “Eu era miúdo e vinha acompanhar a minha avó às termas. Enquanto ela fazia os tratamentos eu brincava no Parque”, recordou durante a sessão, dando a conhecer que é também longa a sua relação com a Foz do Arelho, onde a sua família alugava casa no Verão na Foz do Arelho.
Para José Luís Almeida Silva (Gazeta das Caldas), “Um Grão de Areia em 40 anos de cidadania e Ambiente” é “uma obra autobiográfica, um pouco caótica e com recurso a uma escrita multifacetada”. No entanto, o autor não deixa de tratar temas fracturantes. E isto porque é “um ecologista defensor das touradas”, porque possui laços familiares em Barrancos e vive uma ligação muito forte com a tradição local.
António Eloy defende ainda outras opiniões polémicas como, por exemplo, a liberalização das drogas com posterior regulamentação, como está a ocorrer nalguns Estados dos EUA.
José Luís Almeida Silva fez desfilar uma série de “aventuras” que ambos partilharam, como a vinda a Portugal de estadistas e professores universitários ligados à defesa ambiental e também de idas a outros países para participar em iniciativas ligadas à ecologia e à política.
António Eloy tem grande intervenção nos movimentos cívicos do país, tendo estado envolvido na primeira lista de independentes que concorreu à Câmara de Lisboa e conseguiu eleger o primeiro independente: Gonçalo Ribeiro Teles. Mais tarde foi nº 2 da lista presidida por Helena Roseta. O autor esteve ainda ligado do cerne de vários movimentos cívicos nas Caldas da Rainha.
No final, o autor estava satisfeito com a partilha que se estabeleceu entre os presentes e com o facto da política local ter sido também mote da conversa. Na sua opinião os caldenses precisam de se empenhar numa cidadania mais activa relacionada com temas como as termas, a cerâmica ou a manutenção do Parque D. Carlos I. “As Caldas viveu muito anestesiada na anterior gestão municipal e agora precisa de sair da casca e da sua “mornice””, rematou o autor desta obra que em breve irá lançar uma outra dedicada ao poder autárquico..