
No passado fim-de-semana realizou-se um festival de música de artistas do Cadaval e do Bombarral que actuaram a partir das suas casas em directo nas redes sociais. Para Abril está prevista uma segunda edição do evento.
Oito músicos dos concelhos do Cadaval e do Bombarral uniram-se num festival com concertos a partir de casa. A ideia não é nova e o objectivo é lógico, que o público tenha acesso a música mesmo sem sair de casa. A iniciativa partiu de Laura Varges, jovem cantora do Cadaval que já em Outubro de 2019 tinha decidiu criar um festival “para dinamizar o Cadaval”.
À data a ideia era, obviamente, um festival de música tradicional e presencial. Entretanto deu-se a pandemia de Covid-19, numa altura em que iria tratar de contactar os artistas para o seu festival.
Durante a pandemia, Laura actuou noutros festivais online, pelo que pensou então em adaptar a sua ideia inicial aos tempos que se vivem. Falou com músicos que conhecia e rapidamente alinhavou um cartaz com oito nomes de artistas locais que queriam tocar a partir das suas casas.
Alex Nunes, Alexandre Monteiro, Simão Bento, Beatriz Azevedo, Emanuel Casimiro, Rafa Strings e Filipe Esteves foram os sete que se juntaram à mentora do evento.
Os concertos, com cerca de meia-hora, eram transmitidos nas páginas de Instagram ou Facebook de cada um dos artistas.
Nas actuações uns cantaram originais, outros preferiram covers e alguns juntaram os dois.
No final da iniciativa a jovem mostrou-se agradecida ao público que assistiu aos concertos e aos músicos que colaboraram. “Vai haver de certeza uma segunda edição”, revelou Laura Varges, acrescentando que o nome da iniciativa irá mudar, mas que o formato, que uniu os músicos dos dois concelhos, é para manter. “Nesta edição apenas o Emanuel Casimiro era do Bombarral, mas no próxima já vamos ter mais dois músicos desse concelho”, contou.
As datas para a segunda edição do festival ainda não estão definidas, mas deverá realizar-se ainda durante mês de Abril.
Já depois do seu concerto, Laura Varges contou à Gazeta que a primeira vez que actuou desta forma achou “estranho, porque não há palmas”, mas ao mesmo tempo revelou ter ganho um gosto por esta modalidade. “Tem a sua piada própria, porque as pessoas reagem e comentam”, contou.
A mentora da iniciativa criou também uma página de crowdfunding para que o público pudesse dar uma gorjeta aos músicos. “Sei que em Portugal não há muito este hábito”, fez notar, salientando a importância deste gesto numa altura em que os músicos se encontram sem concertos e, consequentemente, sem fontes de rendimentos. “É uma ajuda muito importante”, salientou a jovem.
Os donativos serão repartidos pelos oito artistas que participaram na primeira edição do festival. Nos primeiros dias apenas uma pessoa tinha contribuído, tendo deixado um euro para cada músico, num total de 8 euros.
EVENTOS ADIADOS
Devido à pandemia de Covid-19, a 9ª edição do festival Oeste Lusitano foi adiada, assim como a 24ª semana internacional do acordeão de Alcobaça.