Orquestra Sinfónica Portuguesa trouxe Brahms ao CCC

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A Orquestra Sinfónica Portuguesa esteve a 6 de Outubro no CCC para interpretar os dois concertos de Brahms para piano e orquestra, dirigida pela maestrina Joana Carneiro. Este foi o primeiro concerto de itinerância deste programa que tem como pianista convidado o macedónio Simon Trpceski. Entre os músicos da Sinfónica, encontra-se o clarinestista alcobacense, Jorge Trindade, que foi o primeiro director pedagógico do Conservatório das Caldas da Rainha.

 

 

 

O clarinetista Jorge Trindade é de Alcobaça e faz parte da Orquestra Sinfónica há 16 anos. As primeiras lições de clarinete foram dadas pelo seu pai, músico amador. Depois do Conservatório, foi bolseiro da Secretaria de Estado da Cultura, tendo prosseguido estudos na Alemanha e Holanda. Diplomou-se como solista no Conservatório de Roterdão.
É durante os ensaios que acede conversar com Gazeta das Caldas, recordando que leccionou no Conservatório das Caldas, há 20 anos, onde foi o seu primeiro director pedagógico.
Ao longo da sua carreira, o músico integrou várias orquestras juvenis nacionais e internacionais como a Orquestra Juvenil da Comunidade Europeia, onde teve a oportunidade de trabalhar com grandes mestres internacionais, solistas e maestros. Fez parte da Orquestra do Norte (tendo actuado nas Caldas) e depois entrou para a Sinfónica. “É fantástico fazer parte desta Orquestra”, disse o músico sobre o grupo, que chega quase à centena de músicos, de várias nacionalidades, mas onde “há uma enorme empatia”. Para o clarinetista, “é fácil tocar numa orquestra onde todos tocam bem e assim comunica-se melhor”.
Sobre as duas obras de Brahms que se iriam ouvir em breve, Jorge Trindade comentou que se tratava de duas obras do compositor romântico, separadas por 22 anos. “São duas obras muito completas e profundas, quase como se fossem sinfonias, só que são acompanhadas ao piano”, rematou o músico, de 54 anos, que se dedica quase em exclusivo à Sinfónica.

 

 

Brahms em dose dupla

 

 

Os dois concertos para piano de Brahms foram ovacionados de pé pelo público caldense. A Sinfónica e o pianista Simon Trpceski tiveram uma execução exímia, em duas obras de difícil e exigente execução. Esta é a terceira vez que o pianista macedónio trabalha com a Orquestra Sinfónica Portuguesa. “É um belíssimo desafio!”, disse a maestrina Joana Carneiro, referindo–se à exigência técnica das obras para os músicos. A primeira foi escrita 22 anos antes da segunda obra e tocá-las num mesmo concerto constitui-se “como uma verdadeira maratona!”.
Segundo a maestrina, este foi o primeiro concerto de itinerância deste programa dedicado a Brahms. Joana Carneiro irá dirigir nas próximas semanas orquestras em Estocolmo, Manchester e Copenhaga. Regressará depois a Lisboa para dirigir a Orquestra Sinfónica Portuguesa no Centro Cultural de Belém.