Paula Bluemchen está a criar uma colecção de jóias inspirada nas Caldas da Rainha

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A joalheira Paula Bluemchen está a criar uma colecção de jóias inspirada nas Caldas da Rainha, cidade onde viveu entre os 19 e os 35 anos. Gazeta das Caldas falou com esta autora que, aos 44 anos, decidiu trocar o imobiliário pelo design de joias. Nunca é tarde para seguir sonhos e mudar de ofício.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

Há um ano e meio Paula Bluemchen, de 46 anos, decidiu dar uma reviravolta na sua vida profissional. Deixou o imobiliário e tornou-se criadora de joias. Esta autora nasceu em Joanesburgo, mas a sua mãe é de Vale de Maceira e por isso, aos 19 anos, quando veio para Portugal, acabou por vir morar nas Caldas da Rainha, cidade onde viveu até aos 35 anos. Estudou na Secundária Raul Proença e foi para Lisboa para prosseguir estudos, no ramo imobiliário, área a que se dedicou profissonalmente, chegando a ter lojas dedicadas a este sector.
Nas Caldas, estão à venda peças de joalharia de Paula Bluemchen nas ourivesarias Beto e Fernandes, mas, em breve, a autora vai criar o seu próprio showroom na cidade.
“Estou a criar uma colecção de joias, inspirada nas Caldas da Rainha”, disse a autora, que terá também as suas peças à venda na loja do Posto de Turismo.
Por agora, já tem peças à venda em ourivesarias de várias regiões do país e nalguns hóteis. Através da Associação Nacional de Jovens Empresários, já deu a conhecer as suas obras no Portugal Fashion. Em breve, Paula Bluemchen vai participar num certame em Berlim, apostando na internacionalização da sua marca.
Paula Bluemchen vive actualmente no Porto, após ter vivido durante cinco anos na Grécia. É na Invicta que frequenta a Escola Alquimia onde está a tirar o curso de Design e Joalharia.
“Em qualquer peça que eu faça, as pérolas Akoya marcam presença”, disse a autora à Gazeta das Caldas. A primeira vez que contactou com uma pérola deste tipo foi aos sete anos, altura em conheceu o anel de noivado da sua mãe. Estas pérolas, famosas desde a Antiguidade, são de água salgada e provenientes das ostras Akoya, tradicionalmente cultivadas no Japão e na China. Também se encontram na Coreia, Sri Lanka e Austrália.
O brilho da pérola, famosa desde a Antiguidade, confere-lhe um carácter especial. As suas cores podem ir do branco ao cinza, passando pelo rosa e pelo verde.
“Usar estas peças no meu trabalho é também uma forma de homenagear a minha mãe”, disse a joalheira, que usa como base a prata. Algumas, a autora manda banhar a ouro. “Gostava de conseguir criar algo diferente na área da ourivesaria”, afirmou a autora, que se dedica a criar brincos, fios, anéis, pulseiras e botões de punho. A joalheira desenvolveu uma colecção destinada às crianças (nas quais coloca pequenas pérolas) e ainda uma linha de noivas. Em relação a estas últimas, a cliente pode mandar transformá-las depois do grande dia. Desta forma, “uma pregadeira pode dar origem a brincos e a pendentes”, disse a criadora, acrescentando que as suas peças de joalharia custam entre os 40 e os 240 euros.
Há um ano e meio que a autora se dedica em exclusivo à criação das suas peças e diz que é a prova viva de que é “nunca é tarde para aprender e estamos sempre a tempo de fazer seja o que for”.
Entre os trabalhos de outros designers, Paula Bluemchen diz que aprecia e segue os trabalhos dos criadores Liliana Alves e de Bruno Rocha.
As peças desta joalheira podem ser conhecidas em www.paulabluemchen.com