Piano atrai gente de todas as idades aos concertos

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Inês Andrade tocou várias peças do compositor português António Fragoso
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Concertos comentados atraem cada vez mais público. Sala do Museu Leopoldo de Almeida encheu no sábado com gente de todas as idades

Decorreu no sábado, 8 de março, Dia da Mulher, mais uma atuação do ciclo de concertos comentados que faz parte do festival de Piano do Oeste. A pianista Inês Andrade, professora na Escola Superior de Música de Lisboa atuou perante casa cheia que encheu uma das salas do Museu Leopoldo de Almeida, tendo ultrapassado a centena de pessoas. Interessante foi o facto de atrair gente de várias idades, incluindo famílias com crianças.

A pianista apresenta-se regularmente em recitais a solo e de música de câmara e tem atuado em espaços como o Weill Recital Hall do Carnegie Hall (Nova Iorque, EUA), o Centro Cultural de Belém, Teatro Comunale Luigi Russolo (Itália), The Esplanade (Singapura) e Shenzhen Concert Hall (China).

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Nos últimos anos, Inês Andrade tem-se dedicado ao estudo e divulgação da música portuguesa para piano e música de câmara. E a sua dissertação “Tradition and Innovation in the Piano Works of Portuguese Composer António Fragoso” ganhou um prémio atribuído pela BU Arts Initiative.

Para esta atuação nas Caldas trouxe peças de Chopin, Debussy, várias de António Fragoso e finalizou a sua atuação com a peça “Variações Sobre Um Tema Popular Português” de Lopes Graça.

À Gazeta das Caldas a pianista afirmou que esta foi a primeira vez que atuou no Oeste. Inês Andrade acha que ainda não há equidade entre homens e mulheres no mundo da música. “Há muito poucas compositoras representadas nas salas de concertos e isso é algo que tem que mudar nos próximos tempos”.

Inês Andrade, 35 anos, foi aluna da Semana Internacional de Piano de Óbidos (SIPO) e frequentou esta masterclasse entre 2006 e 2011. “Adorei ter feito parte pois foi importante para o meu percurso dado que aprendíamos com professores reconhecidos em todo o mundo e, como tal, era uma oportunidade única para estudar com eles”, disse a intérprete.
Manuela Gouveia explicou que este ciclo de concertos comentados, iniciados há dois anos, tem mantido uma regularidade mensal. “Convidamos sobretudo jovens que estão no início das carreiras e a maioria fez parte da SIPO”, disse a organizadora que explicou que têm sido feito concertos também de música de câmara.

Estas atuações – comentadas pelos próprios músicos – decorrem nas Caldas, Óbidos, Bombarral, Nazaré e também em Moledo e visam apostar na criação de públicos.
Os concertos são organizados pela Associação de Cursos Internacionais de Música (ACIM), que é também responsável pela realização da Semana Internacional de Piano de Óbidos (SIPO) e pelo Festival Internacional de Piano do Oeste que se realizam no verão.

“Esperamos poder continuar a crescer pois no início vinha menos gente“, disse Manuela Gouveia, satisfeita com a forte adesão que se tem vindo a constatar. Os músicos também apreciam tocar no Museu Leopoldo de Almeida que permite, através dos vidros, um contacto entre o património e a natureza que se encontra nos jardins do Centro de Artes.

A próxima iniciativa decorrerá entre os dias 9 e 12 de abril, em Óbidos. Serão as VII Jornadas SIPO Júnior 2025, organizadas ACIM com o apoio da Câmara de Óbidos. As inscrições decorrem até 1 de abril e inclui Master Classes de Piano e o seminário “Leitura à Primeira Vista”, ministrado pela professora Dana Radu. A iniciativa destina-se ao aperfeiçoamento de jovens estudantes de piano, a partir do 4.º grau.

As Master Classes de Piano estarão a cargo dos professores Manuela Gouveia e Paulo Pacheco. O seminário, que decorre nos dias 9 e 10 de abril, terá duração de seis horas e será realizado no auditório da Casa da Música. No dia 12 de abril, às 17h00, terá lugar o concerto final dos estudantes participantes, no mesmo auditório. O programa incluirá concertos comentados pelos professores e uma audição dos alunos das master classes de piano.

Os concertos comentados também integram o programa do CCC Fora de Portas. Para Mário Branquinho “este é um festival que acolhemos com muito gosto”. O diretor do centro cultural caldense salientou “a qualidade dos intervenientes” e “a forte adesão do público”. Na sua opinião demonstra que o evento “tem caminho para andar”.

 

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