Primeira exposição dos Silos abre ao público

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Artista
Ivo Andrade, um dos artistas participantes, mostra o seu trabalho - uma caixa duas fotografias analógicas sem fixador

O espaço cultural ligado ao projecto Seres – Ateliers nos Silos  abriu portas ao público a 21 de Novembro com uma exposição colectiva que pode ser vista até Domingo, 28 de Novembro.
Parte do edifício onde eram recolhidos os cereais, designa-se agora Vesga e já tem agendada uma nova mostra para Dezembro.
Na noite da inauguração desta mostra – designada Falha – realizaram-se performances, numa iniciativa que contou com dezenas de jovens, na maioria ligados à ESAD.

“Falha” é como se designa a mostra colectiva que é composta por trabalhos de André Bastos, Cláudio Lima, Ivo Andrade, Luís Plácido, e de Miguel Lopes. Este último, artista plástico formado na ESAD, é também o curador desta primeira apresentação que incluiu dois performances, uma da sua autoria e outra que foi apresentada por Sara Ribeiro e João Garcia Miguel.
“Esta é uma exposição sobre a Memória e todos os autores que convidei trabalharam essa temática”, explicou o curador, que apresentou uma performance relacionada com a memória da acção. Miguel Lopes forrou toda uma zona do espaço expositivo com folhas de papel e agiu sobre elas. “É a performance que faz a obra”, explicou o responsável.
Ivo Andrade, 26 anos, vive e trabalha nas Caldas. Apresenta na mostra uma caixa com dois auto-retratos que são duas fotografias analógicas sem fixador. Cada vez que alguém abre a caixa  para poder ver as imagens entra luz e por isso “estas vão-se deteriorando”. Para o autor, a memória de quem vê é fundamental até porque materialmente “esta vai-se diluindo no próprio objecto”.
André Bastos, 27 anos, frequenta o segundo do Mestrado de Artes Plásticas da ESAD e apresenta uma parcela de um cubo, pedindo ao observador que faça  a restante construção mental. “É uma obra que só existe no confronto com o espectador”, explicou o autor, natural de Almada.
Miguel Lopes divide a programação do espaço “Vesga” com André Valério. Porquê Vesga? “Porque há uma ideia de distorção, de novas imagens e também de propostas de novos olhares”, explicou o responsável. Segundo este artista, de 26 anos, há a intenção de trazer gente de fora para fazer a programação deste novo espaço cultural.
João Garcia Miguel e Sara Ribeiro apresentaram uma performance na qual o encenador e docente de teatro está a desenvolver e que passa “por uma espécie de poesia Knorr”, disse. A apresentação misturou canto, voz , performance e música e no futuro irá incluir a intervenção de um músico.

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“Falta apenas alugar um atelier”

“Este é um momento importante pois é aberto ao público o espaço que é dedicado às apresentações artísticas”, disse Nicola Henriques, o mentor do projecto Ateliers nos Silos.
O espaço Vesga tem um carácter laboratorial e no futuro servirá também para apresentação de trabalhos de quem já ocupa os ateliers.
Neste momento falta apenas alugar a última das 24 áreas disponíveis para ocupação. Aquele espaço – onde já laboram mentes criativas das várias áreas do design, das artes plásticas, da moda, da ilustração, da fotografia e da tipografia  – conseguiu atrair maioritariamente gente ligada à ESAD.
Nicloa Henriques destacou a minúcia com que Miguel Lopes preparou esta mostra inaugural e também o investimento feito para dar cara lavada ao espaço expositivo. Foram investidos cerca de 300 euros e são pedidos dois euros a cada pessoa que vem ver a mostra “para recuperar o investimento”.
O espaço Vesga vai receber, entre os dias de 9 a 19 de Dezembro, a exposição “Maga”, do Atelier Arte e Expressão que tem como base a ilustração.
“Queremos implementar uma dinâmica regular e por isso em 2011 haverá mostras dos residentes na ultima semana de cada mês”, rematou Nicola Henriques.

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