Um pelicano para a coleccção das termas

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Gazeta das Caldas
A peça de Ivo Correia alude a vários símbolos da cidade e da região D.R.

Os símbolos do brasão da cidade, a Praça, a Lagoa e as praias do Oeste estão todos representados em “Pelicano Termal”, a peça do mês de Agosto da coleccção das termas, promovida por este semanário. O seu autor é Ivo Correia, filho de Armando Correia, que gostaria de ver as peças da coleccção das Termas promovida pela Gazeta das Caldas expostas no Hospital Termal ou então no futuro Hotel do Parque.

 

O Pelicano Termal de Ivo Correia é uma peça particular. Não só por todos os aspectos que referencia – símbolos da rainha D. Leonor e D. João II, as praias, a praça e o património termal –, mas também porque o seu autor incorporou argila da costa Oeste na pasta de grés que lhe dá forma.
Para o autor, o facto de Gazeta das Caldas ter convidado os artistas a pensar em obras sobre as termas decorreu no tempo certo. “Vivemos um momento que pode ser de resolução para o termalismo nas Caldas, logo penso que melhor desafio não poderia existir”. E até deixou uma proposta: que as peças desta colecção integrem uma exposição no Hospital Termal “renovado e reactivado”, ou então “no tão falado e aguardado hotel que nascerá nos pavilhões do parque”.
Ivo Correia, 36 anos, não se dedica a tempo inteiro à cerâmica, mas o que sabe aprendeu com o pai, o ceramista caldense Armando Correia. Recorda-se de o ver trabalhar quando tinha 12 e 13 anos, “como mero observador interessado nas peças e na companhia”. Já mais velho passou a ajudar nas montagens e na inauguração das exposições do pai. Aos 18 anos aprendeu a dominar as técnicas e a fazer peças de molde que Ivo enchia, acabava e pintava. Começou a vender as obras, tendo assim descoberto um modo de ser mais independente. Acha que o seu trabalho em cerâmica “não é trabalhoso” e permite “distanciar-me do mundo e de me aproximar de mim”. A ligação à cerâmica de Ivo Correia é complementar à sua profissão, ligada à Biotecnologia e reconhece a faceta “terapêutica” daquela arte. O autor não conta com a cerâmica para as contas do dia-a-dia e por isso sente-se livre para criar. A inspiração é algo importante mas no trabalho cerâmico “sem muito trabalho e vontade, nada se faz”.

Ivo Correia costuma comparar os seus trabalhos com os de quem se dedica a tempo inteiro e isso é algo que lhe permite “evoluir como artista e principalmente como pessoa”.
Actualmente, a sua empresa vende para lojas nas Caldas, Óbidos, Nazaré, Vila Nova de Mil Fontes e Lisboa. Nas Caldas, há peças do Atelier Xis nas lojas da Gazeta, do CCC e do Museu de Cerâmica. Em Óbidos está presente na Loja dos Arcos e na Nazaré na Carbel Artesanato, uma loja onde se vendem obras de outros ceramistas caldenses. Em Lisboa, o atelier caldense está presente no Museu Nacional do Azulejo.
“Pelicano Termal”, a peça de Ivo Correia da segunda colecção de cerâmica, lançada pela Gazeta das Caldas sob a temática das Termas das Caldas, custa 30 euros para os assinantes do jornal e 35 euros para o público em geral.