Museus Malhoa e do Hospital receberam trabalhos de alunos finalistas da Raul Proença e cuja ação faz parte do Plano Nacional das Artes
Parte de um braço, uma tatuagem, um brinco, um sorriso ou uma imagem de perfil. Cada aluno da turma do 12º ano de Artes visuais da Escola Secundária Raul Proença escolheu pintar e fotografar alguns fragmentos de si próprios, e que agora podem ser vistos numa exposição que se reparte entre o Museu Malhoa e o Museu do Hospital e das Caldas. A inauguração da mostra decorreu na manhã de sábado, 22 de fevereiro e contou com muitos pais e amigos dos autores que estão agora a terminar o ensino secundário.
A docente de Artes Visuais que coordenou este trabalho, Dulce Nunes, recordou que o autorretrato é uma prática artística com uma longa tradição na história da arte e que se pratica desde a Pré-História até à contemporaneidade. O tema também faz parte o programa do último ano do ensino secundário e “é importante que consigam projetar a sua imagem, numa altura em que muitos se vão mudar para a universidade”, disse a docente.
Esta iniciativa faz parte do Plano Cultural da escola, que tem por tema “Uma maré cheia de ideias” e que, por sua vez, integra o Plano Nacional das Artes (PNA). Cecília Correia, que esteve a representar o PNA neste iniciativa, sublinhou que este tipo de eventos está consonante com o que defende este programa, dado que “a escola passa a ser um polo cultural e os museus são espaços onde as aulas acontecem. Este é um bom exemplo de interação entre as entidades locais”.
Os estudantes dedicaram-se à criação de obras que exploram a sua própria imagem ao longo de três meses, recorrendo a técnicas de pintura com tinta acrílica e também fazendo uso da fotografia a preto e branco.
No Museu de José Malhoa, a diretora, Nicole Costa, iniciou a visita mostrando aos alunos um autorretrato do próprio pintor caldense, José Malhoa, e já no Museu do Hospital e das Caldas, Dora Mendes colocou questões aos autores sobre as composições fotográficas apresentadas na sala dos Reis.
As imagens contemporâneas criaram um interessante contraste com os retratos dos diferentes monarcas, que obedecem a regras figurativas da pintura clássica.
Jacinta Gomes, 19 anos, gostou de fazer parte deste projeto tendo escolhido destacar parte do seu braço, onde tem vários sinais que lhe lembram constelações de estrelas. Para o ano quer ir estudar para Portalegre e também pensa, como segunda opção, ficar nas Caldas e estudar para a ESAD.
Alexandre Ferreira tem 17 anos e achou “curioso” fazer parte deste projeto. “Foi uma boa experiência, talvez tivesse sido um pouco traumática, pois eu não gostava de trabalhar com cores, dado que prefiro o lápis, o grafite e as sombras”. Esta iniciativa “fez-nos enfrentar novas coisas”, rematou. O jovem gostaria de ingressar na faculdade no curso de Design ou de Animação.
Nicole Costa e Dora Mendes, responsáveis dos museus Malhoa e Hospital, destacaram que estes têm portas abertas para estas iniciativas, não só nas áreas das exposições, mas também acolhendo outro tipo de ações do PNA que decorrem pelas várias escolas durante o ano letivo. ■
