Uso de ateliers no Centro de Artes é contestado

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Segundo a Câmara, os ateliers muncipais são ocupados por cinco artistas e uma associação. Alguns estão lá há vários anos.
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Grupo anónimo de artistas e artesãos coloca em causa utilização dos ateliers do Centro Artes. Gazeta questionou autarquia, que gere o espaço

Autodenominam-se Comunidade de artistas, designers e artesãos das Caldas e enviaram carta anónima para as redações dos jornais locais, informando que enviaram uma carta aberta à vereadora da Cultura, Conceição Henriques onde “expressam a nossa profunda preocupação e indignição com a gestão dos ateliers do Centro de Artes, pelo diretor José Antunes”. Consideram que “a atual administração tem sido reacionária, machista, nepotista e pouco transparente, comprometendo a missão e os valores deste centro”. Afirma-se ainda que os ateliers “são atribuídos de forma arbitrária, sem a realização de Open Call, a artistas homens, brancos e já estabelecidos com condições financeiras para suportar os seus próprios espaços”. Pedem que haja essa Open Call “com critérios claros e justos” e que haja um júri externo ao Centro de Artes que possa participar no processo e assim assegurar “a imparcialidade e a diversidade”.

E pedem à vereadora da Cultura que intervenha nesta situação, “promovendo uma gestão mais democrática inclusiva e transparente do Centro de Artes”.

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Na carta aberta explicam que não é assinada individualmente “devido ao receio de represálias que possam agravar ainda mais a nossa situação já desfavorável”.

Gazeta das Caldas questionou a autarquia sobre este assunto e pôde apurar que, neste momento, os Ateliers Municipais do Centro de Artes são ocupados por uma associação e cinco artistas.

São, ao todo, seis ateliers e os tempos de permanência variam entre os 16 anos (a associação) e os três meses, de uma artista. Os restantes três residentes estão há 2, 7, e 15 anos.

De acordo com a autarquia, entre os critérios para se poder ser selecionado para os ateliers estão, “primeiramente, entregar o seu portfólio artístico, juntamente com uma descrição pormenorizada do trabalho que pretende desenvolver. Posteriormente, é avaliado pelos serviços competentes do município, a Unidade de Cultura”. Em projetos específicos como residências artísticas internacionais ou integradas em parcerias, “a avaliação é feita com base nos critérios específicos do aviso de abertura (open call), podendo ter um júri de selecção”.

A utilização dos ateliers por artistas iniciou-se em 2004 e, ao todo, já passaram por aqueles espaços de trabalho – considerando os vários tipos de permanência e utilização (curta ou longa) -, 30 artistas.

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