“Vidrados no mar”- uma homenagem à cerâmica

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A autora, ao centro, com responsáveis da autarquia e da galeria na inauguração da exposição

A coleção, da autoria de Paxi Canto Moniz, encontra-se patente na Galeria Art 4 Family até 21 de setembro

 

O Dia Mundial do Artista – 24 de agosto- foi a data escolhida para a inauguração da exposição de Paxi Canto Moniz, “Vidrados no Mar”, na Galeria Art 4 Family. A mostra, composta por 48 peças em cerâmica, algumas delas de grandes dimensões, é uma homenagem à cidade das artes e a Bordalo Pinheiro. Há também várias fotografias alusivas ao mar, da autoria da artista.
“Efetivamente todos nós portugueses somos vidrados no mar, e esta região muito em especial”, salientou João Paulo Cunha, responsável pela galeria, destacando a beleza e originalidade das peças em exposição. À porta do espaço, um totem, de grandes dimensões, dá as boas vindas aos visitantes, para uma mostra onde se podem encontrar corais, numa alusão às ondas do mar, surf e a navegação, ou as D. Leonor de areia, cuja coroa da monarca foi substituída por uma coroa de conchas. A peça Pedro e Inês homenageia Alcobaça e também a 51ª edição do Congresso da Academia Internacional de Cerâmica, enquanto que as nazarenas em cerâmica prestam tributo às mulheres das sete saias, às sete virtudes e às sete ondas do mar. Há ainda uma cruz com andorinhas, numa referência à religião católica, mas também a Bordalo Pinheiro, assim como sereias, tritões e conchas, estas com funções de esvazia bolsos ou candelabros.
“É um encanto ter uma pessoa que fez uma coleção de raiz para expor no nosso espaço”, destacou João Paulo Cunha, acrescentando que no decorrer da exposição serão incluídas novas peças.
A viver entre Angola, Cascais e o Alentejo, Paxi Canto Moniz considera-se uma “artista de emoções” pois o seu trabalho é reflexo de “muita alma e amor”, expondo para o exterior a sua forte imaginação.
A mostra irá ficar patente até 21 de setembro, coincidindo com o congresso de cerâmica, e terminando com um workshop de pintura em azulejo, no último dia. “Queremos unir-nos aos feitos da cidade e estar passo a passo com o objetivo das artes na nossa região”, concretizou João Paulo Cunha.
Ainda no passado sábado decorreu um workshop em aguarela, sob a direção de Silvia Agostinho. “Convidámos também a expor duas enfermeiras com quem trabalho habitualmente, que têm uma veia artística, e que fizeram cinco telas dedicadas aos temas marítimos”, concretizou o responsável, acrescentando que tem trabalhado com muitos artistas locais e que está a programar mais exposições. Uma das próximas será com Umbelina Barros, onde a autora apresentará peças cerâmicas, mas também trabalhos em serigrafia, tinta da china, instalação e pintura. ■