What the Folk, o novo espaço de criativos na cidade

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Vasco Cavalheiro, Afonso Mota e Shannon O’Callaghan no espaço What the Folk, no Bairro Azul

Localizado no Bairro Azul, o novo espaço junta café de especialidade, cerveja artesanal e estúdios de cerâmica, tatuagem e pintura

Vasco Cavalheiro queria comprar um pote de cerâmica que Afonso Mota tinha acabado de fazer e que partilhou na internet. Por seu lado, Afonso descobriu que Vasco era tatuador e, como queria fazer uma tatuagem e gostou do seu trabalho, decidiram fazer uma troca direta. Seguiu-se uma coleção de vasos conjunta, em que Afonso moldou as peças, à roda, e Vasco fez os desenhos, e agora outro projeto conjunto: What the Folk, junta café de especialidade, cerveja artesanal, um estúdio de cerâmica e outro de tatuagem e pintura.

A ideia deste espaço criativo, localizado no nº 11b da Rua da Alegria, no Bairro Azul, surgiu do casal Afonso Mota e Shannon O’Callaghan, ele natural das Caldas e que foi estudar Cinema em Inglaterra, onde permaneceu nos últimos cinco anos. Ambos ligados às artes, trabalhavam em cafés de especialidade, mas queriam um espaço para criação. A impossibilidade de o conseguirem em Londres, devido ao custo de vida, trouxe o jovem casal para as Caldas, em dezembro do ano passado, onde inicialmente abriram um estúdio. O conceito “provém do artesanato, desde a cerâmica ao café e cerveja, até às tatuagens, que remontam a tempos passados e têm a sua parte manual”, sintetizam.

O espaço disponibiliza café de especialidade, com uma torra diferente, que permite aos visitantes descobrirem outros sabores
Alguns dos trabalhos cerâmicos

Filho de ceramistas, Afonso Mota cresceu no meio da arte. Ainda tentou enveredar por uma área diferente, mas acabou por aprofundar conhecimentos na cerâmica, no Cencal, com o ceramista Miguel Neto. Trabalha com a roda, enquanto que Shannon faz mais modelação e pintura. A jovem inglesa inspira-se nos azulejos da cidade, mas também em Bordalo Pinheiro e na Praça da Fruta, para algumas das suas criações. Faz, por exemplo, brincos em cerâmica inspirados em fruta e legumes da praça, ou mesmo as pequenas peças em cerâmica que representa as próprias bancas, compostas por caixas de fruta e legumes.

Workshops e eventos culturais

Também tentam aproximar a arte das pessoas, organizando workshops. “A porta está aberta, as pessoas podem pintar uma caneca, ou fazer outro objeto em cerâmica”, exemplifica Afonso Mota, acrescentando que pretendem desmistificar a ideia de que é preciso talento para fazer cerâmica. “Experimentar faz parte, é como no desporto, precisamos de fazer. Toda a gente é criativa, temos um pequeno espaço para ajudar”, concretiza.

Neste novo espaço, inaugurado no passado sábado, 17 de agosto, disponibilizam café de especialidade, com uma torra diferente, que permite aos visitantes descobrirem outros sabores. Atualmente possuem duas variedades de café, uma proveniente da Guatemala e outra do Ruanda, e uma de descafeinado, da Colômbia. Para as bebidas que combinam com o café usam leite fresco da empresa Flor do Vale, do Valado de Santa Quitéria. Também comercializam a cerveja artesanal Malaica, produzida nas Caldas da Rainha e o vinho provém da garrafeira do Bairro Azul, numa “aposta nos produtos locais, de qualidade”, conta Afonso Mota.

O espaço será também aproveitado para dinamização de alguns eventos culturais, como cinema ao ar livre no páteo, noites de karaoke, concertos, atuação de djs. “O intuito é inspirar as pessoas que nos visitam, em termos artísticos, e fomentar o convívio”, explicou Afonso Mota, acrescentando que, ao fazê-lo, estão a partilhar uma paixão.

O espaço What the Folk está aberto todos os dias e possui também loja online em what-the-folk.com.