A alimentação dos atletas inaugurou o projecto Afinidades na EHTO

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Os alunos dos cursos de técnico de cozinha e pastelaria e restauração e bebidas ouviram especialistas e desportistas falar de alimentação para alta competição | D.R.
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A alimentação para os desportistas foi o primeiro tema do projecto interdisciplinar Afinidades, que a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste iniciou este ano. Nesta primeira iniciativa os alunos cruzaram a comida e as bebidas com a disciplina de Educação Física e contactaram com as necessidades alimentares dos atletas de alta competição.

A iniciativa contou com a presença de dois atletas olímpicos – a marchadora Inês Henriques e o triatleta Miguel Arraiolos -, que contaram a sua relação com a comida. “É preciso dar ao corpo o que ele precisa”, disse o triatleta. O que significa, por vezes, comer o que não se gosta, completou Inês Henriques. Mas a marchadora, que já marcou presença em três olimpíadas, sublinhou que também há tempo para cometer um ou outro ‘pecado’. O que é fundamental, assegura, é que cada atleta perceba o seu corpo e as necessidades em todas as fases da época – defeso, preparação e competição – com a consciência de que o que é válido para uma pessoa, não quer dizer que seja igual para outra. Por exemplo em relação aos pequenos-almoços, Inês Henriques disse que não consegue beber leite e ir treinar a seguir, enquanto Miguel Arraiolos não tem qualquer problema com isso.
A marchadora realça que aquilo que o atleta come tem uma relação directa com os resultados, até porque sem “os nutrientes necessários, não temos energia”, sublinha.
Diana Sacouto, coach mental de atletas no centro de estágios de Rio Maior, também falou da importância de saber o que se pode comer e sublinhou que a forma de preparar os alimentos tem um relevo semelhante, uma vez que pode aliviar o choque inicial. As restrições alimentares são também uma das dificuldades sobretudo para os atletas mais jovens, superlativada quando se tratam de atletas deslocados do ambiente familiar que procuram muitas vezes na comida suprir essas carências emocionais.
Na palestra que se seguiu ao almoço participaram também o professor de teoria do desporto, António Moreira, e o chef de padaria pastelaria Ramiro Ferreira. Este apresentou o seu projecto Reforce. Esta é uma marca de produtos de padaria, snacks e barras energéticas dedicados a desportistas, mas que podem ser consumidos também por quem apenas pretende optar por uma alimentação mais saudável.
O projecto está a ser desenvolvido em parceria com Marco Pereira, nutricionista do centro de estágios de Rio Maior e pretende acabar com a ideia de que o pão e outros produtos de panificação são alimentos proibidos para os atletas. O segredo está nos ingredientes e nas receitas, que pretendem oferecer “sabores e texturas diferentes” aos pães integrais existentes.
A ementa consistiu em creme de cenoura assada e sementes, pescada escalfada com penne e legumes e peito de frango com crosta de frutos secos e cogumelos e para sobremesa aletria com fruta laminada. O almoço foi acompanhado com sumos naturais de laranja e de ananás e um chá de gengibre e cardamomo. Os atletas aprovaram, tanto ao nível do sabor, como da composição da refeição. 

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