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Jovem ciclista teve um 2020 recheado de bons resultados e não esconde desejo de seguir João Almeida, que considera um “fora de série”
O Giro D’Italia deu a conhecer João Almeida ao grande público como uma certeza do ciclismo nacional, mas nos escalões jovens há outro jovem caldense a despontar como mais uma esperança e a atrair atenções: António Morgado.
O jovem ciclista, natural de Salir do Porto e que em janeiro completa 17 anos, terminou a segunda época no escalão de cadetes com um conjunto muito assinalável de resultados ao serviço da Anipura GDM Escola de Ciclismo Alexandre Ruas, de Alenquer. Entre esses, António Morgado destaca dois. A vitória em março no Tour de Villemur, na região de Toulouse (França), na qual, além da geral, venceu o contrarrelógio e a primeira de duas etapas em linha. E a vitória numa etapa da Vuelta Ciclista al Basaya, na Cantábria, Espanha, onde foi segundo da geral, em agosto. A época foi coroada com chave de ouro com a conquista dos títulos nacionais de contrarrelógio e de estrada.
“É um balanço muito positivo, porque sinto que o trabalho que fiz foi recompensado”, diz o promissor ciclista. “São títulos importantes, que espero que sejam um bom motivo para os olheiros me começarem a ver”, acrescenta.
António Morgado considera a oportunidade de correr em provas no estrangeiro importante para a evolução enquanto ciclista. “É muito diferente de correr em Portugal, pois o ritmo é mais elevado, além de contactar quem, no futuro, será a concorrência”, refere.
Reforçar esse caminho foi um dos motivos que o levaram para o Bairrada Cycling, no próximo ano, no qual já será júnior. “Passar por esta equipa vai-me proporcionar uma grande aprendizagem para o futuro da minha carreira”, acredita.
A equipa bairradina é considerada uma das melhores do país neste escalão. Por ela passaram, entre outros, João Almeida e Ruben Guerreiro, os ciclistas que brilharam no Giro deste ano. De resto, António Morgado olha para o percurso de João Almeida como algo a seguir e não lhe poupa elogios: “o João é um fora de série”.
Para a nova equipa, António Morgado vai “com objetivos de lutar e dar tudo, mas focado sobretudo para as corridas fora de Portugal. O ciclista tem no seu horizonte “sair cedo” para uma equipa estrangeira, passos que têm sido comuns aos vários jovens portugueses que estão nas equipas do World Tour. “Sei que isso é muito difícil, mas vou correr atrás do meu sonho”, acrescenta.
Um sonho que obriga a grandes sacrifícios. “O ciclismo é um desporto muito duro”, aponta, acrescentando que o mais difícil é sair da escola às 17h30, já de noite, e sair para treinar por vezes sozinho e com chuva. “Mas quem faz por gosto não cansa”, sublinha, acrescentando que o apoio da família e dos amigos é imprescindível para que a motivação seja sempre elevada.